A selecção está de regresso a casa.
De beiça caída.
Com ela regressa o engravatado sr. presidente e os senhores "vices" - feitos janotas graças a fatos feitos à medida.
E regressam, também, todos os assessores: os técnicos, os administrativos, os "olheiros", o médico, os fisioterapeutas, os 250 quilogramas de bacalhau, e o cozinheiro que ganha a vida a "arrotar postas de pescada".
Para trás fica o estágio em Óbidos; uma jogatana na Luz; mais duas nos "states"; uma chegada tardia ao Brasil; a cabeçada do Pepe; as lesões; os cortes de cabelo do Ronaldo; as "Fan Zon", que os reguilas da mátria espalharam por tudo aquilo que era terreola da pátria; e os milhares de latas de cervejola que o povo da bola consumiu para afagar as mágoas provocadas pelos rapazes de Paulo Bento.
E tudo vai continuar na mesma.
Obviamente.
O antigo jogador de "básquete" não se demite.
O seleccionador também não.
Os antigos futebolistas arvorados em "vices" também não e até o cozinheiro garante que já congelou o "fiel amigo" para o "Europeu"de 2016.
Aqui na terra é assim.
Ninguém se demite.
Temos de ser nós a mandá-los borda fora...
Soares Novais
sexta-feira, 27 de junho de 2014
domingo, 22 de junho de 2014
As
O que
tudo isto
tem em comum
é em primeiro
lugar a completa
promiscuidade com
o poder político .
Os Espírito Santo
frequentavam os gabinetes de Sócrates,
elogiaram-no até ao dia
em que
o derrubaram, quando os seus interesses
estavam em causa
pela ameaça
de bancarrota . O dinheiro
fluiu nos contratos
swap, usados e abusados pela governação socialista ,
e as PPPs contaram com considerável entusiasmo
da banca nacional
e internacional . Compreende-se porquê , quando mais tarde se veio a saber detalhes dos contratos
leoninos que
deixavam milhões e milhões
para pagamento num futuro que já era muito próximo .
O actual governo
mereceu também da banca
todos os elogios
e retribuiu em espécie ,
impedindo que qualquer
legislação que
diminuísse os lucros da banca passasse no parlamento ,
ou ficando como
penhor de bancos
que em
condições normais
iriam à falência , mesmo
numa altura em
que já
era difícil
alegar crise
sistémica. O governo actual manteve
todas as práticas de co-governação com a banca e
as instituições financeiras
que já
vinham do governo anterior ,
consolidando um efeito
perverso , que
não é apenas
nacional , de permitir
que os principais
responsáveis pela
crise dos últimos
anos tivessem sido seus
beneficiários principais .
As privatizações reforçaram esta promiscuidade , favorecendo uma captura
do estado pelos
interesses financeiros sem comparação com
o passado . No passado ,
havia interesses industriais ,
agrícolas , manufactureiros, comerciais que
partilhavam com a banca
essa proximidade com
o estado , o governo
e os partidos do “arco
da governação”. Agora , mesmo sectores em
que as operações
financeiras são
relevantes , como
a distribuição , não
tem nem de perto
nem de longe
a promiscuidade com
o poder político
que tem a banca
e por isso
podem com maior
liberdade falar
criticamente.
E é crime
sem castigo ,
ou com
leve castigo ,
porque não
se percebe como banqueiros
envolvidos em evasão
fiscal e manipulação
de contas (para
usar o politicamente correto ,
porque se não
fosse assim seriam falsificações
de contas , contabilidades
paralelas , “esquecimentos ”
de declarar ao fisco
milhões de euros ,
uso quotidiano de off-shores para esconder operações financeiras ,
etc., etc.) não são
imediatamente impedidos de exercerem
actividades na banca , acto que depende dos reguladores ,
mesmo antes
da justiça se pronunciar
sobre os eventuais
crimes cometidos, se é que vai alguma vez
pronunciar-se.
A completa
desresponsabilização sobre a crise dos últimos
anos , desencadeada pelo
sistema financeiro ,
mas de que
no fim este
veio a beneficiar ,
marca moralmente
como uma doença
a sociedade da crise
em que
vivemos. O que choca
as pessoas comuns
e é uma fonte enorme
de descrença da democracia
e de sentimento de injustiça
propício a todos
os populismos , é que
ninguém imagina que
um ministro ,
primeiro-ministro ou
Presidente se fosse sentar
à mesa com
alguém que
tivesse desviado uns poucos milhares dos seus
impostos ou
tivesse um restaurante ,
uma barbearia , ou
uma oficina de automóveis
em modo
de “economia paralela ”,
enquanto todos
os viram nos últimos
anos , em
plena crise ,
conviver agradecidos e obrigados com estes homens que aparecem agora
nos jornais
como se tendo “esquecido” de declarar milhões de euros ao fisco ou estando à frente
de instituições bancárias que emprestaram a amigos
e familiares muitos
milhões de que
não se sabe o rastro ,
e tinham contabilidades paralelas .
É por
isto tudo
que não
aceito a culpabilização sistemática dos mais pobres e mais fracos e
da classe média , por terem vivido
“acima das suas
posses ”, mesmo
quando não
o fizeram. E mesmo quando
havia uma casa a mais ,
um carro
a mais , um
ecrã plano a mais ,
um sofá
a mais , um
vestido ou
um fato
a mais , umas férias
a mais , uma viagem
a mais , recuso-me a colocar
estes “excessos ”
no mesmo plano
moral dos “outros ”.
Algum moralismo
salomónico, que coloca no mesmo plano a corrupção dos poderosos
e dos de cima com
os pequenos vícios
dos de baixo e do meio ,
tem como objectivo legitimar
sempre a penalização punitiva de milhões
para desculpar as dezenas . É por isto que esta crise corrompe a sociedade
e vai deixar muitas marcas ,
mesmo quando
ninguém se lembre de Portas e de Passos .
José Pacheco Pereira – Público - 21/06/2014
sábado, 14 de junho de 2014
terça-feira, 10 de junho de 2014
Lissabonner Requiem
César Príncipe
Um agente da
Central de Inteligência Portuguesa, por rebate de consciência ou imperativo
constitucional, decidiu violar o Segredo de Estado. Convocou uma Conferência de
Imprensa-Relâmpago. Irrompeu (encapuzado). E justificou a acção de cara
encoberta: Interceptei um Correio Diplomático Berlim-Lisboa. Trata-se do
Ultimato do Segundo Mapa
Cor-de-Rosa . O primeiro, o Inglês, de 1890, levou à perda de soberania africana; o
segundo, o Alemão, de 2011, levou à perda de soberania metropolitana.
Avançarei com um enquadramento histórico.
Terminarei com a cibertelegrafia diplomática.
Há 124 anos, o Povo saiu à rua e cobriu de crepes a estátua de Camões, dois artistas compuseram A Portugueza (que ainda se vai entoando) e até o Monarca Carlos da Boa Mesa & da Boa Cama & dos Adiantamentos da Fazenda, num Solene Gesto de Desagravo (a fim de limitar os custos de imagem), protagonizou uma rábula: devolveu as condecorações ao Nosso Mais Velho Aliado. O Ultimatum elevou a febre patriótica, contribuiu para uma agitada reportagem RTP/Regicídio do Terreiro do Paço, acelerou a Queda da Multissecular Monarchia, alargou a Base Social da República.
E qual a postura das Novas Agremiações do Rotativismo? Acabado de assinalar o centenário do Regime Republicano (2010), a Troika da Submissão correu a subscrever o Memorando de Entendimento do Ocupante Germânico (2011), Nosso Mais Recente Aliado, no cânone protocolar. Nem sequer devolveu uma insígnia ou redigiu uma nota de desafronta. O vexame supera as raias da insolência e roça as vaias da indecência. Visa anular o último sentimento/signo de identidade nacional. Espera-se que o Poboo de Fernão Lopes acorra (ainda neste século) a tomar os rossios e os palácios, que os letristas e compositores reescrevam o Hino e que o Ilustre Peito Lusitano manifeste a Mais Profunda IndigNação. De Norte a Sul se confia que o épico dos Descobrimentos se junte às multidões espoliadas e humilhadas e retire o seu Alto Patrocínio à Cerimónia do Adeus a Portugal.
Na verdade, da Troika Interna pouco ou nada haverá a esperar além de servilismo, colaboracionismo, negocismo, inevitabilismo, embustismo, com voz grave ou de falsete. Seja no Parlamento da Moeda Única, seja no Governo do Pouvoir à Trois, seja na Presidência de Vichy à Portugaise. Os trigémeos juraram vassalagem a Angela Dorothea Merkel, soberana da Casa Reinante da Idade das Trevas Electrónicas, aclamada pela Europa dos Bancos & pelos Ministérios da Propaganda. Não merecem perdão eleitoral nem judicial. Foram avisados com a devida antecedência das bofetadas da Pérfida Álbion & das monstruosidades do Flagelo Átila. [1]
No entanto, muito prezaríamos que algum(a) agraciado(a) ousasse ler o Elektronische Post da Chancelaria do IV Reich, num 10 de Junho, na Tribuna das Ordens Honoríficas, perante as Autoridades Civis, Militares e Religiosas, principalmente ante Thomaz II, que Deus cubra com a SIC/Sua Infinita Compaixão e faça acompanhar de Katia, anja-música.
Post.
Diktat.
Avançarei com um enquadramento histórico.
Terminarei com a cibertelegrafia diplomática.
Há 124 anos, o Povo saiu à rua e cobriu de crepes a estátua de Camões, dois artistas compuseram A Portugueza (que ainda se vai entoando) e até o Monarca Carlos da Boa Mesa & da Boa Cama & dos Adiantamentos da Fazenda, num Solene Gesto de Desagravo (a fim de limitar os custos de imagem), protagonizou uma rábula: devolveu as condecorações ao Nosso Mais Velho Aliado. O Ultimatum elevou a febre patriótica, contribuiu para uma agitada reportagem RTP/Regicídio do Terreiro do Paço, acelerou a Queda da Multissecular Monarchia, alargou a Base Social da República.
E qual a postura das Novas Agremiações do Rotativismo? Acabado de assinalar o centenário do Regime Republicano (2010), a Troika da Submissão correu a subscrever o Memorando de Entendimento do Ocupante Germânico (2011), Nosso Mais Recente Aliado, no cânone protocolar. Nem sequer devolveu uma insígnia ou redigiu uma nota de desafronta. O vexame supera as raias da insolência e roça as vaias da indecência. Visa anular o último sentimento/signo de identidade nacional. Espera-se que o Poboo de Fernão Lopes acorra (ainda neste século) a tomar os rossios e os palácios, que os letristas e compositores reescrevam o Hino e que o Ilustre Peito Lusitano manifeste a Mais Profunda IndigNação. De Norte a Sul se confia que o épico dos Descobrimentos se junte às multidões espoliadas e humilhadas e retire o seu Alto Patrocínio à Cerimónia do Adeus a Portugal.
Na verdade, da Troika Interna pouco ou nada haverá a esperar além de servilismo, colaboracionismo, negocismo, inevitabilismo, embustismo, com voz grave ou de falsete. Seja no Parlamento da Moeda Única, seja no Governo do Pouvoir à Trois, seja na Presidência de Vichy à Portugaise. Os trigémeos juraram vassalagem a Angela Dorothea Merkel, soberana da Casa Reinante da Idade das Trevas Electrónicas, aclamada pela Europa dos Bancos & pelos Ministérios da Propaganda. Não merecem perdão eleitoral nem judicial. Foram avisados com a devida antecedência das bofetadas da Pérfida Álbion & das monstruosidades do Flagelo Átila. [1]
No entanto, muito prezaríamos que algum(a) agraciado(a) ousasse ler o Elektronische Post da Chancelaria do IV Reich, num 10 de Junho, na Tribuna das Ordens Honoríficas, perante as Autoridades Civis, Militares e Religiosas, principalmente ante Thomaz II, que Deus cubra com a SIC/Sua Infinita Compaixão e faça acompanhar de Katia, anja-música.
Post.
Diktat.
O Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades
Portuguesas (no antigo regime Dia de Camões) passará a denominar-se Lissabonner
Requiem. [2]
Bundeskanzleramt
Will-Brandt-Straße 1, 10557 Berlim
Bundeskanzleramt
Will-Brandt-Straße 1, 10557 Berlim
Notas
[1] Antunes/Acácio (1853-1927), A Bofetada Ingleza, Carta a Sua Magestade El Rei e Senhor D. Carlos 1º, Tip. Mattos Moreira, 1890, Cota: 7-34-10-18/BGUC/Universidade de Aveiro/Fundação Portugal-África; Junqueiro/Guerra (1850-1923), O Monstro Alemão. Átila e Joana D`Arc. Officinas de O Comércio do Porto, 1918, CDU: 869.0-9 Junqueiro, G. Opúsculo oferecido à Junta Patriótica do Norte e cujo produto de venda se destina à sua obra de assistência aos órfãos de guerra. Uma das conclusões e um dos prenúncios de Junqueiro: A Alemanha unificando-se, pangermanizou-se(…)
[2] Tabucchi/Antonio (1943-2012), Lissabonner Requiem (Requiem de Lisboa), dtv Deutscher Taschenbuch Verlag, München, 1998, ISBN 9783423126144; Hanser Verlag, München, 2002, ISBN 9783446201736.
Este artigo encontra-se também em http://resistir.info/.
[1] Antunes/Acácio (1853-1927), A Bofetada Ingleza, Carta a Sua Magestade El Rei e Senhor D. Carlos 1º, Tip. Mattos Moreira, 1890, Cota: 7-34-10-18/BGUC/Universidade de Aveiro/Fundação Portugal-África; Junqueiro/Guerra (1850-1923), O Monstro Alemão. Átila e Joana D`Arc. Officinas de O Comércio do Porto, 1918, CDU: 869.0-9 Junqueiro, G. Opúsculo oferecido à Junta Patriótica do Norte e cujo produto de venda se destina à sua obra de assistência aos órfãos de guerra. Uma das conclusões e um dos prenúncios de Junqueiro: A Alemanha unificando-se, pangermanizou-se(…)
[2] Tabucchi/Antonio (1943-2012), Lissabonner Requiem (Requiem de Lisboa), dtv Deutscher Taschenbuch Verlag, München, 1998, ISBN 9783423126144; Hanser Verlag, München, 2002, ISBN 9783446201736.
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