quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

CARO Dr. MEXIA: os jornais anunciam um aumento de 3,5% na conta da luz a partir de amanhã. Acho justo, pois aquilo que os portugueses pagam pela electricidade que consomem é uma coisita de merda. Aliás, faço-lhe uma sugestão: aumente 3,5% ao seu parco vencimento  e outro tanto ao do inefável dr. Catroga. O talento de VExas e o suor que o vosso trabalho produz justificam-no. Plenamente.

domingo, 21 de dezembro de 2014

NATAL DE 71*

Natal de quê? De quem?
Daqueles que o não têm?
Dos que não são cristãos?
Ou de quem traz às costas
as cinzas de milhões?
Natal de paz agora
nesta terra de sangue?
Natal de liberdade
num mundo de oprimidos?
Natal de uma justiça
roubada sempre a todos?
Natal de ser-se igual
em ser-se concebido,
em de um ventre nascer-se,
em por de amor sofrer-se,
em de morte morrer-se,
e de ser-se esquecido?
Natal de caridade,
quando a fome ainda mata?
Natal de qual esperança
num mundo todo bombas?
Natal de honesta fé,
com gente que é traição,
vil ódio, mesquinhez,
e até Natal de amor?
Natal de quê? De quem?
Daqueles que o não têm,
ou dos que olhando ao longe
sonham de humana vida
um mundo que não há?
Ou dos que se torturam
e torturados são
na crença de que os homens
devem estender-se a mão?







*Um poema de Jorge de Sena terrivelmente actual.
 




quinta-feira, 18 de dezembro de 2014


"Ser estúpido, egoísta e ter boa saúde, eis as condições ideais para se ser feliz. Mas se a primeira vos falta, tudo está perdido."

Gustave Flaubert



Eles andam aí: travestidos de "pais-natal",com gorro vermelho enfiado nas cabecinhas, abraçam-se e dão beijinhos, riem-se por tudo e por nada, passeiam às manadas pelos centros comerciais.
Eles andam aí: arrogantemente indiferentes às mal-feitorias dos senhores do mundo que, impunes, ignoram os vivos e assinalam os mortos.
Deles será o reino dos céus. Certamente.


quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

UM PRIMO DO Dr. RICARDO disse no Parlamento que, tal como "a esmagadora maioria dos portugueses", confiava no ex-DDT.
Pois, os portugueses confiam sempre em quem não devem!...

domingo, 14 de dezembro de 2014

Dois golos de Lima selam a vitória do Benfica no "Dragão".
Os portistas podem continuar a ver o vídeo com o do Kelvin...

sábado, 6 de dezembro de 2014


Pai, escrevo-te para dar uma notícia: o teu neto é o pajem de "SANTA MARIA DO PORTO - O tempo e a memória".  O espectáculo que assinala os 900 anos da restauração da Diocese do Porto e da Construção do Cabido Portucalense e que sobe à cena na próxima segunda-feira (21,30 horas) na Sé Catedral.

Como tu sabes, o Martim gosta de escrever e gosta de desenhar. E gosta deste seu papel de pajem, que lhe foi outorgado pelo encenador Júlio Cardoso. (O Júlio da Seiva Trupe, Teatro Vivo, que resiste à morte decretada pelo parvoalho que ocupou a presidência da Câmara do Porto).
Pai: o teu neto ensaia diariamente há duas semanas e durante  horas a fio. Fá-lo entusiasticamente e sob o olhar terno e protector da actriz Cidália Santos, que aqui fica nomeada sua madrinha nesta sua estreia teatral e que é uma das mais belas pessoas que eu e a mãe do Martim conhecemos.
Por via da sua participação em  "Santa Maria do Porto" o teu neto reencontra-se contigo. Com a tua história e com as estórias de vida de um homem bom, que ali viveu na rua de Dom Hugo, paredes-meias com a catedral.
Lembro-me bem, Pai: a tua casa ficava mesmo em frente à de Maria Isabel Guerra Junqueiro, a filha do Poeta, que ali fixou residência e que ali instalou a Casa-Museu que perpetua a memória e a obra do escritor panfletário, que contribuiu significativamente para a implantação da República. (Também me lembro bem da Senhora, do seu porte nobre e do sorriso que o seu rosto estampava. Passeávamos por ali muitas vezes. Ficávamos por ali larguíssimo tempo, olhando a outra margem, sobretudo aos domingos de manhã e só depois regressávamos à nossa casa na Rua de José Falcão para o almoço dominical.)
E tu, Pai, aproveitavas esses passeios de domingo, para contar-me estórias de vida. Da tua vida.
História e estórias que, em grande parte, já partilhei com o teu neto.
E ele gosta de História e de estórias!
Tanto que já sabe de cor e salteado as 13 páginas A4 que nos contam e eleição do bispo Dom Hugo, entre 1112 e 1114, e a consequente restauração da Diocese do Porto e da construção do Cabido Portucalense.  (Uma  história escrita pelo Prof. Doutor Luís Carlos Amaral  e interpretada por António Reis, Cidália Santos, Fernando Soares, Roberto Merino e todos os outros actores e cantores e que tem a Direcção Musical de António Ferreira dos Santos e a direcção de Guarda-Roupa de Manuela Bronze.)
Pai, sei que vais ficar feliz com esta notícia.
Como vês a história, a tua e a minha história, não se queda por aqui.
O teu neto irá contá-la ao seu filho. Aos seus filhos.
Abraço-te com saudade.


A tempo: O Martim também já sabe que foi às tuas cavalitas que vi a multidão encher a Praça de Carlos Alberto para saudar Humberto Delgado, o General Sem Medo. Foi em 1958. A Liberdade, pela qual tanto ansiavas, só chegou 16 anos depois.

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Há em Portugal um novo local de peregrinação.
Situa-se na "Horta da Capela, em  Évora, e está a escassos quilómetros do Menir dos Almendres.
O novo local de peregrinação promete discutir afluências com os já consagrados Senhor da Pedra, São Bento da Porta Aberta,  Santinha da Ladeira ou o universalmente conhecido Santuário de Fátima.
É certo que, por ora, os "zé ninguém" apenas observam a chegada dos "sábios" da Maçonaria, que ali vão dar a sua benção ao santo em reclusão.
Todavia, os responsáveis autárquicos locais acreditam que até ao final de 2015 a cidade será invadida por milhares de fieis peregrinos.

terça-feira, 25 de novembro de 2014

JERÓNIMO DE SOUSA cumpre na próxima quinta-feira 10 anos como secretário-geral do PCP.
Assinalo e registo aqui o facto, pois a sua acção cívica e política orgulha-me como cidadão e militante.
Sim, é verdade, os políticos não são todos iguais.
E Jerónimo é,  nestes tempos de chumbo, o mais claro e vibrante exemplo.

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

CARLOS DO CARMO recebe hoje, em Las Vegas, um dos mais importantes prémios da música.
Um prémio, justo, que o coloca entre as seis melhores vozes do Mundo.
A Antena 1 dedicou-lhe a manhã.
Primeiro, através de António Macedo, um dos últimos grandes radialistas;
Depois, através da "Antena Aberta" onde muitos portugueses testemunharam o seu afecto pelo senhor Carlos do Carmo.
E um dos ouvintes, Mário Reis, contou uma estória que o levou, que me levou, às lágrimas:
De uma das vezes em que o Zeca Afonso esteve preso, às ordens da PIDE, Mário Reis foi com Zélia, mulher do intérprete de Grandola, Vila Morena, ao "Faia".
Ali solicitaram a assinatura de Carlos do Carmo no manifesto que pedia a libertação do Zeca.
Carlos do Carmo não só assinou como deu conta da sua enorme admiração por José Afonso.
Foi antes do 25 de Abril. Obviamente.
Por essa altura, o dr. Cavaco, como se sabe, assinava um outro documento: uma ficha da PIDE onde dizia expressamente nada ter contra o regime fascista.
Tão diferentes posturas, e o facto de Carlos do Carmo ser um homem inteiro e culto, explicam a razão pela qual o dr. Cavaco não gosta daquele que é um cidadão que honra o país.
Ainda bem.


sábado, 15 de novembro de 2014

Hoje é dia de novena na SIC.
Estou curioso em saber o que dirá o diácono Mendes  para justificar tão más companhias.
Mas não devo errar muito se disser que o diácono vai jurar que não sabia de nada;
que de gold só conhece o Coração de Viana;
e que apesar de ser sócio não mandava e ninguém lhe dava cavaco. (o Dias Loureiro, por exemplo, também não sabia de nada, lembram-se?!)
Eles, coitaditos, nunca sabem de nada...

sábado, 8 de novembro de 2014



Foi no início dos anos 80 que o escritor César Príncipe escreveu na sua habitual coluna na última página do diário onde exercia com probidade o seu ofício de jornalista:
"A melhor maneira de assaltar um banco é utilizar uma caneta Parker."
A história e as estórias que hoje são conhecidas confirmam o lúcido aviso que César Príncipe fez há mais de 30 anos e que aqui cito de cor. A nível interno e a nível externo, muitos foram os bancos assaltados por respeitáveis cavalheiros e um significativo número de ex-ministros e ex-secretários de Estado, doutores e engenheiros, banqueiros e bancários, que reduziram a cinzas as poupanças de cidadãos que neles confiaram.
Todavia, sabe-se hoje, as acções de pilhagem levadas a cabo por toda esta respeitável gentalha já não poupa as nações. O mundo está refém de uma ordem criminosa, tal qual afirma e denuncia Eduardo Galeano,  escritor e jornalista uruguaio e um dos mais intervenientes intelectuais dos nossos amargurados dias.
Confirma-o, por exemplo, a notícia publicada na última quinta-feira em mais de 40 meios de comunicação internacionais, com reprodução de vários documentos que provam a existência de acordos secretos, já conhecidos como Luxembourg Leaks e que beneficiam multinacionais conhecidas como a Apple, a Amazon, a Ikea ou a Pepsi.
Tais acordos, estabelecidos entre 2000 e 2010, embora "legais", mostram uma deturpação do sistema fiscal europeu. "É como levar o plano fiscal ao Governo para ser aprovado e abençoado previamente", comentou um professor de Direito Fiscal da Universidade de Connecticut.
Acresce que o sr. Juncker, que acaba de render o dr. Barroso na presidência da Comissão Europeia,  foi primeiro-ministro do Luxemburgo, entre 1995 e 2013, período em que os acordos agora tornados públicos foram assinados.
Ou seja: foi o sr. Junker que, como já afirmou Martim Schultz, presidente do Parlamento Europeu, assinou por baixo procedimentos que facilitam "a fraude e evasão fiscais"  e que lesam as nações e os cidadãos.
Cidadãos a quem a ordem criminosa que domina o mundo acusa de viver acima das suas possibilidades. Despudoradamente.

sábado, 1 de novembro de 2014

O dr. Cavaco anunciou que vai condecorar o dr. Barroso pelos bons serviços prestados ao país que abandonou e à Europa dos ricos que obedientemente serviu;
O lixo mantém  a TVI no topo dos canais generalistas;
A batida tresloucada  levou a "Comercial" à condição de rádio mais ouvida;
O dr. Bava embolsou 5 milhões com a merda que fez na PT e ainda foi foi feito doutor honoris causa;
O dr. Granadeiro emprestou 900 milhões ao falido Espírito Santo e abandonou a PT com o ar sereno de quem sai da Basílica da Estrela;
O dr. Passos não repete amanhã o que disse hoje e só meia dúzia lhe chamam mentiroso;
O dr. Portas, com o seu ar maneirinho, continua a dizer o que lhe apetece aos velhinhos que, pasme-se, continuam a estender-lhe a mão nas feiras;
O "Mourinho dos jornais" fez do DN o último da tabela dos diários e recebeu choruda maquia por tão grandioso feito;
Nos últimos 10 anos, o único jornal que ainda resiste no Porto perdeu mais de 60 mil leitores diários e os seus coveiros ainda tiveram direito a louvores públicos e chorudas indemnizações privadas;
O dr. Oliveira e Costa continua em casinha sem ser molestado;
O dr. Soares elogia o dr. Isaltino;
Milhares correm o país para zumbar ou ao encontro do Tony Carreira;
O prof. Marcelo continua a ser escutado e reverenciado como se o reportório cuspido pela sua cassete não fosse musiquinha roufenha de tão ouvida;
O dr. Proença é agora patrão de Imprensa e ocupa o lugar que já foi do homem do futebol que agora está em apuros;
O dr. Mendes estica-se todo para dar a sua novena de sábado;
O eng.º Sócrates opina na TV e nunca mais se ouviu falar do seu primo Pinto de Sousa;
A drª Manuela (Ferreira Leite) é apresentada pelo dr. Ferro (Rodrigues) como bom exemplo de corajosa opositora ao dr. Passos;
e o dr. Bagão Félix é obrigado a concordar com as críticas do dr. Octávio Teixeira
ao orçamento apresentado pela drª Maria (Luís).
O sr. da UGT convida o dr. Passos para o aniversário, vê a sua acção elogiada e engole as criticas ao seu camarada dr. Costa;
Em Belém a drª Cavaco põe a mantinha sobre as perninhas do dr. Cavaco que agoniza.
Tal qual o país.




























terça-feira, 28 de outubro de 2014

ARSÉNIO MOTA: UMA VIDA COMO OBRA - É o título da exposição com que o Museu do Neo-Realismo, em Vila Franca de Xira, homenageia o jornalista, poeta, ficcionista, tradutor, e nome consagrado da literatura infanto-juvenil. 

A mostra, cuja inauguração é no próximo sábado, dia 1 de Novembro (16 horas), prolonga-se até 22 de Fevereiro de 2015 (vêr programa ao lado). O escritor, que tem textos espalhados por revistas, suplementos literários e jornais, assinalou em 2005 a sua vida literária com o livro Arsénio Mota- Cinquenta anos de escrita


terça-feira, 21 de outubro de 2014

Crato cumpre

O dr. Passos voltou a garantir que o ministro Crato vai continuar na pasta da Educação.
Percebe-se. O ex-maoista está a cumprir cabalmente o papel que lhe foi confiado: destruir a escola pública.
É claro como a água: não basta pedir a substituição deste ou daquele serventuário de turno.
Urge é correr com eles.
Caso contrário, amigos,  não restará pedra sobre pedra...


Soares Novais.


segunda-feira, 20 de outubro de 2014











Carlos Carvalhas bem avisou. Mas os inteligentes preferiram, como sempre, dar o seu voto a quem aposta no desmantelamento da segurança social, da escola pública, do Serviço Nacional de Saúde. Isto é: os inteligentes preferiram, sempre preferem!, dar o seu voto àqueles que só tem milhões disponíveis para salvar os amigalhaços dos bancos. Os "espírito santo" e todos os outros canalhas...

sábado, 18 de outubro de 2014

Li que o sr. Jorge Mendes ganhou 35 milhões de euros em Agosto.
E alguma dessa "pipa de massa" ganha, para parafrasear o ilustre dr. Barroso, foi  à custa do FC Porto - clube com quem voltou a ter negócios. O problema é que o sr. Jorge Mendes incluiu o sr. Lopetegui no pacote.
E o sr. Lopetegui é assim como que um Paulo Fonseca que fala castelhano!...

Soares Novais

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

A Procuradoria-Geral da República ou a Clínica da Memória

O autor não se lembra de coisa nenhuma. Daí recorrer à Procuradoria-Geral da República, secção Clínica da Memória. Eis aquilo de que não se lembra. Uma coisa, porém, continua a tentar recordar. A questão de, confirmando-se que se cruzou com Miguel Relvas,





Ex.ma Sr.a Dr.a Joana Marques Vidal.
M.I. Procuradora-Geral da República.
Minha Senhora
Não sabendo que a Procuradoria-Geral da República se dedicava, não apenas àquilo que, supõe-se, a Lei lhe determina, e que é muito, e ainda bem, mas também a recuperar memórias, e tendo tomado conhecimento de tal, nestes últimos dias, e de forma copiosa, pelos noticiários e pela opinião publicada, venho, respeitosamente, solicitar que a Procuradoria me esclareça quanto aos seguintes pontos:
1. Onde nasci?
2. Quais eram os nomes de meu pai e de minha mãe?
3. Tive irmãos?
4. Quantos?
5. Como se chamavam?
6. Quem é o dr. António de Almeida Santos?
7. Em que escolas estudei?
8. Quem é o dr. Jorge Coelho?
9. Cruzei-me, alguma vez, ao longo do ano de 2009, com Miguel Relvas?
10. E no biénio 2006-2008?
11. E antes?
12. E depois?
13. Se sim, quantas vezes?
14. Levávamos, Miguel Relvas e eu, chapéu?
15. E, se sim, tirámo-lo, em saudação, Miguel Relvas a mim, e eu a Miguel Relvas?
16. Ou, sendo eu que levava chapéu, e Miguel Relvas não, fiquei sem ele?
17. Quem é o sr. dr. João Soares?
18. Quem é o dr. Fósforo Ferrero?
19. Quanto auferia, eu, do Estado, no triénio 2006-2008?
20. E no triénio anterior?
21. E triénio posterior?
22. E auferia o que auferia em euros ou em escudos?
23. E em cheque ou por transferência bancária?
24. Quanto é que o Estado auferia, de mim?
25. E auferia-o em escudos ou em euros?
26. E por transferência bancária ou em cheque?
27. Que vem a ser uma declaração de IRS?
28. Quem é o sr. dr. Mário Soares?
29. Quem é o dr. Almeida Garrett?
30. Quem é o dr. Miguel Relvas?
31. Eu próprio sou eu?
32. E sempre fui?
33. Se sim, em exclusividade?
34. Qual é o meu nome completo?
35. Onde trabalho?
36. Onde vivo?
37. Quando subo a Calçada da Estrela, em que rua corto?
38. E corto à direita ou corto à esquerda?
39. E subo ou desço?
40. De que porta é esta chave estranhíssima, que levo no bolso das calças, e que, constantemente, me morde nas pernas?
Em função do exposto, venho solicitar a V.a Ex.a que me mande seguir, permanentemente, por agentes da DCIAP. Não por qualquer eventual culpa minha, que não recordo de todo, não, suponho, por haver qualquer investigação em curso que me envolva, mas para que eu não me perca.
Com a expressão da minha mais elevada consideração, apresento a V.a Ex.a, sr.a dr.a, os meus respeitosos cumprimentos.
(Não consigo grafar o nome de V.a Ex.a por o ter, entretanto, perdoar-me-á, esquecido!)

Crónica de Artur Portela no "i".

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

EI-LOS!

Ei-los que escarrapacham as suas vidinhas no face.
Ei-los que escarrapacham as filhas e os filhos; a mãe e a sogra; o pai e o sogro; o cão e o gato; o beijo do namorado; o carro da prima e a casa do primo, que tem piscina e tudo;
Ei-los, zumbis, que se mostram em todo o seu esplendor!
Ei-los que estão prontinhos para os elogios:
- A tua filha é uma princesa!
- O teu filho é lindo de morrer!
- Uau, como está grande o teu gato!
- O teu cão é um doce!
- A tua mãe é um must!
- O teu pai ainda está muito bem!
- A tua sogra e o teu sogro são uns velhinhos lindos!
- Vocês formam um belo par!
- A casa e a piscina do teu primo bem podiam figurar na “Caras”!
Ei-los que escarrapacham toda a sua notabilidade com as fotografias das férias e as bocas recheadas de bolas de berlim;
Ei-los que escarrapacham os seus comentários sobre a “Casa dos Segredos”, o divórcio do Tony, e a morte do filho da Judite;
Ei-los que mostram toda a sua erudição com citações do Dalai Lama e do Papa Francisco;
Ei-los que se mostram cultos quando anunciam que desfolham livros.
Ei-los!



sexta-feira, 12 de setembro de 2014

O dr. Cavaco garantiu não ter nenhum "atrito" com o Governo ou com o Banco de Portugal.
Já se sabe que o dr. Cavaco nunca tem atritos com "o seu governo" nem com o BdP - a sua entidade patronal. Tal como nunca teve atritos com os seus amigos e exemplares cidadãos Oliveira e Costa e Dias Loureiro.
O dr. Cavaco só tem atritos com a Língua Portuguesa, com a Cultura, com Carlos do Carmo e José Saramago.

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Foto: Lembrando o governo Guterres... 
José Penedos, grande reformador da nossa indústria e energia, depois administrador da REN, e Armando Vara, ex-ministro e ex-banqueiro, foram condenados a prisão efetiva. Tchim-tchim aos socialistas insaciáveis! 
(Foto: Visão, 14 agosto 1996)
Lembre-se: o dr. Penedos, tal como o seu amigo doutor Vara,  é um dos condenados a prisão efectiva no Processo Face Oculta.  E foi, também,  presidente da  REN. Foi aí que conheceu o sucateiro Godinho.  Paulo Penedos, filho do ex-governante e gestor,  acabou por ser assessor jurídico de Godinho. Caramba, isto é mesmo uma aldeia onde a rapaziada se conhece toda...
Entre os dois "antónios" do "Rato" a única diferença que há é apenas uma:física. De resto, como se viu na tevê, ambos são fracotes. O dr. Passos não tem uma ideia para o país mas eles, os "antónios" do "Rato", também não. Têm, isso sim, uma evidente ambição pessoal. Tal qual aqueles que os antecederam...

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

O ex-secretário Rosalino, que se notabilizou pelas maldades que fez aos trabalhadores da Função Pública e a quem até o prof. Marcelo classificou como "inefável", acaba de saltar para a administração do Banco de Portugal. Tomem nota sff: daqui a um ano, quando terminar o mandato de Carlos Costa, voltaremos a ter notícias do ex-secretário Rosalino. Certamente.

sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Mais de 1,5 milhões de indivíduos viu a entrevista a Cristiano Ronaldo. Tão grande audiência esclarece-nos sobre o grau de exigência dos portugueses. Definitivamente. Dolorosamente.

terça-feira, 26 de agosto de 2014

MÁRIO CAL BRANDÃO ENCURRALOU PIRES VELOSO - Para que a memória sobre o 25 de Novembro não se perca, aqui fica um texto de Mário Tomé, militar de Abril, sobre o papel do chamado vice-rei do Norte no golpe que juntou à mesma mesa spinolistas, bombistas e outros canalhas travestidos de democratas. "A democracia novembrista, como foi gerada num golpe contra a democracia que rasgava os horizontes para um futuro decente graças ao 25 de Abril, fez de praticamente todos os implicados, mesmo que bombistas, assassinos e canalhas, gente respeitável, grandes patriotas pelo papel fundamental que tiveram no combate à revolução e à sua expressão genuína, o PREC. Este é o caso do finado António Pires Veloso, cognominado vice-rei do norte pelo papel violento que desempenhou contra o movimento popular e a democracia nos quartéis, os dois pilares da revolução de Abril. Tinha 88 anos e foi, durante o PREC, como comandante da Região Militar do Norte , testa de ferro dos militares ao serviço da coligação PS+PSD+CDS+spinolistas+bombistas que planearam e executaram o golpe do 25 de Novembro de 1975. O obituário de António Pires Veloso no DN e, entre outras que decerto houve, a referência que Marcello Rebelo de Sousa lhe fez na sua missa dominical na TVI, “um homem essencial na fase crucial final da revolução”, levam-me a fazer também a minha nota necrológica. No seguimento do golpe do 25 de Novembro de 1975, os militares comprometidos com o movimento popular e com a democratização das Forças Armadas, foram presos e colocados em Caxias e Custóias. Os presos em Custóias, sob custódia militar de Pires Veloso, foram colocados em isolamento absoluto, em celas de 3X2 m mais o balde da merda por companhia. Um dia foram surpreendidos pela algazarra de um grupo de presos de delito comum que investiram pelas 3 alas ocupadas pelos presos militares e, de posse dos respectivos molhes de chaves, lhes abriram as portas das celas gritando, “fujam que já abrimos tudo”. Valeu o sangue frio dos presos militares travados, aliás, no natural impulso de ganhar a liberdade – convém lembrar que o isolamento incluía a inexistência de qualquer informação sobre as causas da prisão, sobre o enquadramento da sua situação e sobre o destino que os esperava e que tudo era possível - pela intervenção dos majores Cruz Oliveira, Queiroz Azevedo e Campos Andrada que gritaram “o pessoal não sai daqui”. Porque aquela cena só podia tratar-se de uma provocação para serem abatidos quando tentavam fugir. Os três majores dirigiram-se através de corredores desertos e portas escancaradas até ao posto da chefia dos guardas prisionais onde lhes foi dito nada saberem! Para lá do portão, lá fora, um pelotão da GNR aguardava… A doce moleza pantanosa que nos tem transportado até à insolvência financeira, económica, política e ética, fazendo do povo e dos trabalhadores não só bode expiatório mas, mais ainda, vítimas escolhidas do esbulho brutal com que governos e finança, em bacanais de corrupção instituída, têm comemorado o 25 de novembro, ano após ano, dificulta-nos a percepção daquilo que gente engravatada e com currículo e pedigree está pronta para fazer, ou mandar fazer. Este o caso de Pires Veloso que se comportou como um canalha durante o PREC e, em especial, em relação aos militares presos em Custóias sob sua jurisdição político/jurídico/militar. Ainda sob o seu comando na Região Militar Norte foi preparada a Operação Montanha que se destinava a, oficialmente, transferir durante a noite alguns dos presos militares para a Guarda mas que tinha de novo a intenção provocatória da emboscada para os abater; foi a acção determinada do Dr. Ramon de La Féria e do então governador civil do Porto, Cal Brandão, junto de Pires Veloso que impediu mais uma tentativa canalha e cobarde de assassinato de prisioneiros. Para ilustrar esta afirmação, sirvo-me de excertos de uma carta que o Major Médico Cruz Oliveira me facultou e autorizou a divulgar. "Meu caro Ramon de La Féria Em tempos escrevi-te uma carta curta, mas bastante sentida, em que te agradecia o quanto te devia pessoalmente, e também quanto te deviam muitos dos que devotadamente se envolveram em defender os ideais de Abril. E sinto agora novamente necessidade de te escrever, para que, quem desconhece o por ti feito, possa avaliar a tua coragem, nobreza anónima e determinação que obstou a que tivéssemos sido exterminados como esteve para acontecer depois do 25 de Novembro. Mas passo a contar: Em meados de 1978, estava eu sentado na mesa de uma esplanada com o meu advogado e nosso comum amigo, Teófilo Carvalho dos Santos, que era na altura o meu advogado para me defender das perseguições de que estava a ser alvo por parte da Força Aérea, quando passou um homem que ele cumprimentou dizendo – Adeus, Ó Mário! – e perguntou-me – Você não conhece o Cal Brandão? E com a singeleza e simplicidade que o caracterizava contou-me: Você lembra-se de que quando esteve preso em Custóias, correu o boato de que havia um grupo de doze presos que deviam ser liquidados? Se me lembrava! Apesar de estarmos incomunicáveis e com dificuldade em sabermos o que se passava cá fora, chegou ao meu conhecimento pelos truques em que os presos e as famílias são férteis, de que no Estado Maior da Região Militar do Norte, se estava a estudar a execução de um golpe, que visava a liquidação de doze detidos considerados como cabecilhas e perigosos. A operação a executar era simples, seríamos metidos em carros celulares e com uma escolta militar escolhida a dedo, seríamos transferidos para a Guarda. Em determinado sítio os carros detinham-se, deixavam-nos sair para urinar e seriamos eliminados a tiro sob pretexto de que tínhamos intentado fugir. Seria também inculpado nisso um grupo de ciganos, que erravam então na região. Os militares a liquidar eram os doze que posteriormente foram transferidos para o Presídio Militar de Santarém, o Campos de Andrada, o Tomé, o Queiroz Azevedo, o José Andrade, o Francisco Paulino, o José Afonso Dias*, o Álvaro Neves**, o Godinho, um “civil de apelido Luz”***, mais dois militares e eu. A operação não se realizou imediatamente porque havia dificuldade em reunir um grupo de soldados que se dispusessem a colaborar num assassinato desta ordem; isto foi o que nos contaram alguns militares já contactados para o efeito e que desvendaram o segredo às nossas famílias. A operação dependia directamente do Chefe de Estado Maior da Região Militar do Norte. Foi num destes dias negros, que com a frontalidade com que sempre assumes as tuas atitudes, me escreveste. Uma carta sentida de encorajamento fraternal, de compreensão pelas atitudes tomadas, de esperança na persecução nos ideais de Abril. E respondi-te logo, numa pequena missiva, em que contava todas estas peripécias, ciente de que era bem possível vir a ser liquidado dentro de dias e bom seria que a história pudesse vir a contar, posteriormente, com o esclarecimento do ocorrido…Recorrendo a uma artimanha que na altura me ocorreu, mandei-te a carta dentro de um par de botas que “simuladamente” não me serviam, nem nunca chegaram a servir, que eu devolvi, através dos guardas, à minha família. Que guarda ia pensar que dentro das bolas de jornais amarrotados que enchiam as botas, ia uma carta para ti? E assim recebeste a minha carta. A operação de transferência-liquidação, não soubemos porquê na altura, gorou-se e fomos transferidos sim, mas de helicóptero, para Santarém. Começa aqui novamente a narração do Teófilo: - “Você lembra-se de ter escrito uma carta ao Ramon de La Féria a contar que o Pires Veloso se preparava para mandar matar alguns militares presos, entre os quais estava você? Vocês tiveram sorte, porque segundo me contou o Cal Brandão, o Ramon, nesse dia mesmo, meteu-se num avião, foi ao Porto, mostrou a sua carta ao Mário que era o Governador Civil e os dois foram falar com o Pires Veloso em termos tão firmes que ele deu o dito por não dito, que isso não era assim, que podiam estar descansados e até chamou o seu Chefe de Estado Maior, o Major Gabriel Teixeira, que era quem tudo estava tramando, que também negou a operação, que, segundo soubemos, até já tinha o nome de “Operação Montanha”. Escapámos por pouco. E nunca se soube como nem porquê. Encontrei-te várias vezes e nada me contaste. É bem do teu carácter e da tua modéstia esse proceder. E incógnita ficaria esta façanha, um acto tão belo e de tanta determinação morreria solteiro. Escrevo-te hoje esta carta, de que farás o uso que quiseres, certo de que, em mais um aniversário do nosso 25 de Abril, quero que as gerações vindouras te conheçam, saibam o teu nome e te considerem um Homem de Abril. Eles agradecer-te-ão, eu não o faço. O teu acto é tal que deve se exaltado e não banalizado. Fraternalmente teu amigo, abraça-te com dedicação e amizade o Carlos Cruz Oliveira Ericeira, 25 de Abril de 2001" O facto de os doze militares terem sido, abortada a operação Montanha, transferidos para Santarém, demonstra cabalmente que um destino diferente lhes foi de antemão reservado. Aliás não tem sentido separar “os cabecilhas” quando os presos estavam, como já referi, totalmente isolados. *Já falecido. **Álvaro Neves, já falecido, e Godinho Rebocho, sargentos paraquedistas que encabeçaram a movimentação dos paraquedistas contestando a sua extinção como Corpo ***Militante do PRP."

sábado, 23 de agosto de 2014

Diz o dr. Beleza no I: "Para mim foi uma surpresa porque eu conheço o Ricardo Salgado, aliás fui eu que convidei, quando era ministro das Finanças, para regressarem a Portugal, por indicação do Proença de Carvalho e do meu chefe de gabinete, António Vaz, o Manuel Ricardo Espírito Santo e o António Champalimaud. Aliás o Manuel Ricardo morreu pouco depois. Na altura, o meu secretário de Estado que tratava das privatizações era o Elias da Costa. Quando era ministro das Finanças tinha quatro secretários de Estado, a Manuela Ferreira Leite, no Orçamento, o Carlos Tavares, que era o do Tesouro, e o José Oliveira Costa, escolhido por Cavaco Silva, que era então primeiro-ministro." O dr. Miguel Beleza, que como se vê é um tipo muito bem relacionado, confiava no dr. Salgado; tal qual o dr. Cavaco confiava no dr. Oliveira e Costa, sendo que todos obedecem cegamente àquele que é o verdadeiro dono disto tudo - o ex-inspector da PJ Daniel Proença de Carvalho.

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

O PS tem um problema congénito: é de Direita mas diz-se de Esquerda.Prova-o a sua história; e prova-o, agora, o rol de militantes mortos que, milagrosamente, viram as suas cotas pagas. Um milagre que só tinha sido protagonizado pela angélica rapaziada das centrais de emprego lideradas por Passos e Portas.

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

O dr. Salgado, que continua a ter escritório no Hotel Palácio do Estoril, disse agora que deve à "crise" já não ser o DDT. Ou seja: o dono disto tudo. Também é devido à crise, ditada pelo desemprego e pelos roubos nos salários, reformas e pensões, que muitos milhares de portugueses estão impedidos de honrar os seus compromissos e vêem as suas vidas arruinadas. Todavia, entre eles e o dr. Salgado há uma pequena-grande diferença: não podem arrendar escritório num dos mais caros hóteis do país.

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Luís tem 31 anos. Saiu dos bancos da escola há dois anos e fez dois " estágios laborais " (Universidade de Verão do PSD em Castelo de Vide). Foi agora convidado para integrar os quadros do Banco de Portugal, onde só se entra sem concurso com “comprovada e reconhecida experiência profissional”. É o caso do Luís. Por acaso, é filho de Durão Barroso.

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Portuguesa, escritora, professora universitária, crítica literária, tradutora, 51 anos de idade, Doris Graça Dias morreu. A sua morte foi-nos comunicada em letra pequena de rodapés televisivos. Paris Hilton, 37 anos, norte-americana,cuja notabilidade se deve ao facto de "papar meninos", consumir drogas e dizer tontarias, teve direito a longos minutos televisivos. Bastou-lhe ter vindo ganhar uma "pipa de massa" - desculpa lá Barroso... - à custa dos parolos. Parolos que, aliás, se fizeram representar ao mais alto nível com as ilustres ronaldinhas à cabeça.

terça-feira, 12 de agosto de 2014

“ÁGUAS DE GONDOMAR “ - UM “ESTADO” FORA-DA-LEI A “ÁGUAS DE GONDOMAR, SA”, entidade a quem o Município concessionou o fornecimento de um bem que é de todos, tem uma atitude de desconfiança em relação aos seus próprios clientes. Ou seja: em relação àqueles que garantem a sustentabilidade da empresa e o pagamento dos salários dos seus trabalhadores. No limite, a “Águas de Gondomar” actua como sendo um “estado” fora-da-lei, que recusa cumprir as leis da República Portuguesa e obriga os consumidores a assumirem os custos de contratos titulados por outros. Veja-se: no dia 16 de Julho pp quando fiz a “denúncia do contrato e retirada do contador” da minha anterior residência e desejava proceder à realização de um “contrato de fornecimento da água e recolha de águas residuais”, correspondente ao imóvel por mim ocupado desde de Junho, fui alertado pela funcionária de que teria de proceder ao pagamento, imediato, da totalidade do contrato titulado pelo proprietário do imóvel que eu tinha arrendado. Recusei tal exigência por duas razões: 1 – Não podia aceitar pagar um contrato titulado por outrem; 2 – O contrato em causa era pago por “Débito Directo”, que estava activado, logo os interesses da empresa em causa estavam plenamente salvaguardados. Do incidente, dei imediato conhecimento ao proprietário do imóvel que se deslocou à “Águas de Gondomar” e ali ouviu a repetição da histórinha. Mais: fruto de uma fuga de água - que motivou o pedido de intervenção do “Piquete”, no dia 11 de Julho e que só aconteceu ao final da tarde, após nova insistência da minha parte, conforme consta das chamadas, que autorizei a gravar – o valor em causa era de € 164,30. Embora, ciente de que estava a pactuar com uma ilegalidade, acabei por proceder ao pagamento ao valor de um contrato titulado por outrem por duas razões: 1 – Preservar uma relação de boa vizinhança com o vizinho e proprietário do imóvel por mim ocupado; 2 – Assumir um contrato em meu nome com aquela que é a única entidade fornecedora de Água e Recolha de Águas Residuais de um Concelho onde habito há 20 anos. Foi o que fiz hoje, após o período de férias, sendo que lavrei o meu protesto no “livro de Reclamações” e dele darei conhecimento junto da Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos. Também, junto de outras entidades, nomeadamente, junto do Gabinete de Cidadania da Câmara Municipal de Gondomar, da Vereadora responsável pelo pelouro e da DECO. A “ÁGUAS DE GONDOMAR” não pode abusar do poder que lhe advém do facto de terem feito dela a única entidade concessionária de um bem que é de todos. A tempo: Esta denúncia tem um objectivo fundamental: evitar que outros cidadãos do Município sejam vítimas desta ilegalidade.

sábado, 9 de agosto de 2014

Revela a SIC: nos registos da Autoridade Tributária e Aduaneira não consta nenhum bem imobiliário em nome do DDT. Nem em nome da sua excelentíssima esposa. Ainda vamos ver este ilustre patriota a receber o vale do Rendimento Minímo na Estação dos Correios do Estoril.

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Enquanto a chamada classe me(r)dia abana as orelhas, a aprovar as investidas contra aqueles que recebem o Rendimento Mínimo, os "espírito santo" enchem o papinho...

terça-feira, 5 de agosto de 2014

A hidra

BAPTISTA-BASTOS*

Um espectro percorre Portugal: é o espectro da pobreza, da miséria moral, da fraude, da mentira, do embuste, da indecência, da ladroagem, da velhacaria. Este indecoro do BES foi o destapar do fétido tacho da pouca-vergonha. Os valores mais rudimentares das relações humanas pulverizaram-se. Já antes haviam sido atingidos por decepções constantes daqueles que ainda acreditavam na integridade de quem dirige, decide, organiza. Agora, o surto alcançou a fase mais sórdida. Creio que, depois de se conhecer toda a extensão desta burla, algo terá de acontecer. Com outra gente, com outros padrões, não com estes que se substituem, num jogo de paciências cujo resultado é sempre o mesmo. Mas esta afirmação pertence aos domínios da fé, não aos territórios das certezas.
O Dr. Carlos Costa revelou ter avisado a família Espírito Santo de que ia ser removida. Na TVI, Marques Mendes, vinte e quatro horas antes, anunciara o cambalacho. Já destituído, Ricardo Salgado e os seus estabeleceram três negócios ruinosos para o banco, abrindo o buraco da vigarice para quase cinco mil milhões de euros. Quem são os outros cúmplices, e quais as razões explicativas de não estarem na cadeia?
Enquanto o País mergulha num atoleiro, o Dr. Passos nada o crawl, com esfuziante aprazimento, nas doces águas algarvias. Há dias, afirmou que os contribuintes não serão onerados com as aldrabices dos outros. Mas já foi criado um chamado Fundo de Resolução, com dinheiro procedente, de viés, do nosso próprio dinheiro, embuçado na prestação de um grupo de bancos. Quanto ao extraordinário Dr. Cavaco, o reconhecimento generalizado da sua inutilidade como medianeiro de conflitos, e conivente com o que de mais detestável existe na sociedade portuguesa, converteu-se num lugar-comum.
Foi o "sistema" que criou esta ordem de valores espúrios. Este poder dissolvente fez nascer, por todo o lado, a ideia do facilitismo, oposta às regras da convivência que estruturaram os princípios da nossa civilização, dando-lhe um sentido humano. Tudo é permitido, e esta noção brutal, inculcada por "ideólogos" estipendiados ou fanatizados concebeu as suas próprias regras. A impunidade nasce do "sistema", e Salgado é o resultado, não a causa, o resultado de um aproveitamento imoral estimulado pelas fórmulas dessa ordem de valores. Surpreendemo-nos com o comportamento de quem assim foi educado, porém temos de estudar e de analisar aquilo que os explica.
O "sistema", em cuja origem está a raiz do mal, não carece de "regulação", exactamente porque a "regulação" nada resolve e apenas prolonga a crise sobre a crise. O capitalismo sabe e consegue simular a sua própria regeneração. Mas é uma hidra que se apoia em referências na aparência inexpugnáveis, realmente falaciosas. Enfim: o nosso dinheiro está à guarda de ladrões.

*Crónica publicada, hoje, no Diário de Notícias.




sábado, 2 de agosto de 2014

Agora, que o caso BES/GES eclodiu, recupero o excelente documentário exibido pela TVE que aborda a visão de dois grandes humanistas contemporâneos, Eduardo Galeano e Jean Ziegler, sobre o mundo atual: A Ordem Criminosa do Mundo. Galeano e Ziegler  dizem-nos quem são os criminosos que destroem a vida de milhões e milhões de pessoas e as condenam à fome e à morte.

"O cinismo assassino que a cada dia enriquece uma pequena oligarquia mundial em detrimento da miséria de cada vez mais pessoas pelo mundo. O poder concentra-se cada vez mais nas mãos de poucos, os direitos das pessoas são cada vez mais restritos. As corporações controlam os governos de quase todo o planeta, dispondo também de instituições como FMI, OMC e Banco Mundial para defender seus interesses. Hoje 500 empresas detém mais de 50% do PIB Mundial, muitas delas pertencentes a um mesmo grupo. (Docverdade)
"Os verdadeiros donos do mundo, hoje em dia, em primeiro lugar são invisíveis, não estão submetidos a nenhum controle social, sindical, parlamentário. São homens na sombra que procuram o governo do mundo. Detrás dos Estados, detrás das organizações internancionais há um governo oligárquico de muito poucas pessoas, mas que conta com uma potência, uma influência, um controle social sobre a humanidade como Papa algum, imperador ou rei algum, tiveram na história da humanidade." (Jean Ziegler)
"Mas quem é esse assassino em série que mata tudo em que toca? Haverá que metê-lo na cadeia, acho. Mas não se pode meter na cadeia este assassino em série, porque ele tem as chaves de todas as cadeias, por que é um sistema universal de poder que transformou o mundo num manicômio e num matadouro." (Eduardo Galeano)


Excelente! Documentário exibido pela TVE espanhola, que aborda a visão de dois grandes humanistas contemporâneos sobre o mundo atual: Eduardo Galeano e Jean ...
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quinta-feira, 31 de julho de 2014

Tal como o cronista regressa sempre à crónica, também o amante da boa mesa regressa sempre aos santuários da gastronomia. Foi o que fiz na última segunda-feira na companhia de Nélson Oliveira, amigo desde dos dias mimosos da infância e hoje engenheiro sábio a dizer CIN às cores, e de Jorge Tavares, que como eu foi fazedor de jornais, quando fazer Jornalismo era mudar o Mundo...
O santuário de que aqui falo é o "Neptuno", mesmo em frente à sede da Associação dos Jornalistas e Homens de Letras do Porto (AJHLP), na Rua Rodrigues Sampaio, 133.
(O Neptuno foi a minha casa durante vários anos. Sobretudo, quando aos domingos ali jantava com Amigos e Camaradas de profissão e de afectos, sob a batuta de Augusto Cardoso - o Cardosão do JN - sempre excelente a manejar o verbo.)
E, acreditem, foi um regresso em cheio. Desde logo pela simpatia calorosa do senhor João Fernandes, o proprietário da casa, e do sr. Rui, que há muito ali presta serviço com a mestria própria de quem sabe do seu ofício- O sr. Rui aconselhou-nos  três pratos:
- Filetes de pescada;
- Filetes de bacalhau fresco;
- Meios bifes de alcatra de bovídeo de Vinhais - terra mãe do senhor João - e que desde sempre é a única carne que entra neste "Neptuno", acolhedor e sóbrio que desde da década de 50 do século passado vive paredes-meias com o Teatro Rivoli, em pleno coração do Porto.
Optamos pelos meios bifes e não nos arrependemos. Carne tenra, saborosa, feita e condimentada com a mestria dos eleitos. A acompanhar um "tinto" do Douro (Essencia), soberbo, que chegou à mesa com a temperatura certa. O repasto finalizou com uma fatia de melão, bem apimentado.
Voltaremos mais vezes, claro.
O Neptuno é santuário que merece a nossa peregrinação.
Além do mais, o meu amigo senhor João Fernandes nem me obrigou a fazer nenhuma penitência por tão grande período de pecaminoso afastamento.


Soares Novais

quarta-feira, 16 de julho de 2014

Desbarato

O desbarato mais absurdo
não é o dos bens de consumo,
mas o da humanidade:
milhões e milhões de seres humanos
nasceram para ser trucidados pela História,
milhões e milhões de pessoas
que não possuíam mais do que as suas simples vidas.
De pouco ela lhes iria servir,
mas nunca faltou quem de tais miudezas
se tivesse sabido aproveitar.
A fraqueza alimenta a força,
para que a força esmague a fraqueza.

José Saramago

terça-feira, 1 de julho de 2014

Homem de palavra e das palavras.
Culto, exigente, informado.
Afectuoso e solidário.
Carlos do Carmo é nosso.
Como José Saramago e Manuel da Fonseca.
Como Sofhia e Urbano Tavares Rodrigues.
Como Ary.
Carlos do Carmo é dos poucos de nós que merece todo o nosso miminho.
E merece o Grammy que a sua carreira justifica.


Soares Novais


sexta-feira, 27 de junho de 2014

A selecção está de regresso a casa.
De beiça caída.
Com ela regressa o engravatado sr. presidente e os senhores "vices" - feitos janotas graças a fatos feitos à medida.
E regressam, também, todos os assessores: os técnicos, os administrativos, os "olheiros", o médico, os fisioterapeutas, os 250 quilogramas de bacalhau, e o cozinheiro que ganha a vida a "arrotar postas de pescada".
Para trás fica o estágio em Óbidos; uma jogatana na Luz; mais duas nos "states"; uma chegada tardia ao Brasil; a cabeçada do Pepe; as lesões; os cortes de cabelo do Ronaldo; as "Fan Zon", que os reguilas da mátria espalharam por tudo aquilo que era terreola da pátria; e os milhares de latas de cervejola que o povo da bola consumiu para afagar as mágoas provocadas pelos rapazes de Paulo Bento.
E tudo vai continuar na mesma.
Obviamente.
O antigo jogador de "básquete" não se demite.
O seleccionador também não.
Os antigos futebolistas arvorados em "vices" também não e até o cozinheiro garante que já congelou o "fiel amigo" para o "Europeu"de 2016.
Aqui na terra é assim.
Ninguém se demite.
Temos de ser nós a mandá-los borda fora...

Soares Novais



domingo, 22 de junho de 2014

com os criminosos pobres é que não se pode comer à mesa

ALGUM MORALISMO SALOMÓNICO TEM COMO OBJECTIVO LEGITIMAR A PENALIZAÇÃO PUNITIVA DE MILHÕES PARA DESCULPAR AS DEZENAS.


As informações sobre o que se está a passar no GES, como o que nos últimos anos se veio a saber do BCP, e, andando um pouco mais para trás, toda a história ainda em curso do BPP e do BPN, mostram alguma coisa de consistente no comportamento de uma parte importante da elite político-financeira portuguesa.
Não estou a dizer que tudo tenha sido igual, mas muita coisa não sendo igual, nem em dimensão nem em consequências, é demasiado parecida para que não se anotem as semelhanças. Há excepções, com tanto mais mérito quanto escapam à regra, mas são excepções.
O que tudo isto tem em comum é em primeiro lugar a completa promiscuidade com o poder político. Os Espírito Santo frequentavam os gabinetes de Sócrates, elogiaram-no até ao dia em que o derrubaram, quando os seus interesses estavam em causa pela ameaça de bancarrota. O dinheiro fluiu nos contratos swap, usados e abusados pela governação socialista, e as PPPs contaram com considerável entusiasmo da banca nacional e internacional. Compreende-se porquê, quando mais tarde se veio a saber detalhes dos contratos leoninos que deixavam milhões e milhões para pagamento num futuro que era muito próximo.
O actual governo mereceu também da banca todos os elogios e retribuiu em espécie, impedindo que qualquer legislação que diminuísse os lucros da banca passasse no parlamento, ou ficando como penhor de bancos que em condições normais iriam à falência, mesmo numa altura em que era difícil alegar crise sistémica. O governo actual manteve todas as práticas de co-governação com a banca e as instituições financeiras que vinham do governo anterior, consolidando um efeito perverso, que não é apenas nacional, de permitir que os principais responsáveis pela crise dos últimos anos tivessem sido seus beneficiários principais.
Para além disso, mantém uma transumância de lugares e funções com a banca tanto mais reforçada quanto a sua relação com os “mercados” passava pela intermediação financeira quer em Portugal, quer fora, e a desertificação das chefias da função pública baseadas no mérito, atiradas para a rua pela demagogia do diminuir os “lugares de chefia”,  entregou áreas importantes do estado a consultoras financeiras e à advocacia de negócios. Os incidentes com secretários de estado que vinham da banca e do sistema financeiro e que se transmutavam da venda de swaps para negociadores de swaps, mostraram essa promiscuidade. E as decisões revelam como ninguém quer beliscar uma banca de onde veio, onde pode voltar a ir. A decisão de não ir a tribunal em nenhum caso mais grave de acordos leoninos quanto a PPPs e contratos swap, foi um dos maiores presentes que o actual governo ofereceu à banca. Os provados que usaram a justiça, ganharam em toda a linha, o estado encolheu-se perdeu muito.
As privatizações reforçaram esta promiscuidade, favorecendo uma captura do estado pelos interesses financeiros sem comparação com o passado. No passado, havia interesses industriais, agrícolas, manufactureiros, comerciais que partilhavam com a banca essa proximidade com o estado, o governo e os partidos do “arco da governação”. Agora, mesmo sectores em que as operações financeiras são relevantes, como a distribuição, não tem nem de perto nem de longe a promiscuidade com o poder político que tem a banca e por isso podem com maior liberdade falar criticamente.
Outro aspecto crítico, também atirado para debaixo do tapete é o papel de elite cleptocrática angolana que se exerceu também em Portugal através de uma colaboração estreita com a banca portuguesa que não se importou de contar malas de dinheiro trazidas meio às escondidas, meio com a complacência e colaboração das autoridades portuguesas, e assim permitir uma penetração na economia portuguesa, na comunicação social e na política.
Outra das coisas que se vão sabendo é como a gestão dos bancos se fazia como se o dinheiro que estava fosse pertença dos seus donos, gestores, administradores e dos seus amigos, ao  mesmo tempo que uma ríspida prepotência e intransigência é a norma de tratamento dos clientes e depositantes, a quem não se desculpa nada. Os milhares de casas, carros, empresas, bens que foram consumidos nesta voragem da “dívida”, que tornou famílias e pessoas solventes naquilo que nunca imaginaram que iam ser, insolventes, oferece um contraste flagrante com a prática reiterada de evasão e fuga fiscal dos mais ricos com dimensões muito significativas.
E é crime sem castigo, ou com leve castigo, porque não se percebe como banqueiros envolvidos em evasão fiscal e manipulação de contas (para usar o politicamente correto, porque se não fosse assim seriam falsificações de contas, contabilidades paralelas, “esquecimentos” de declarar ao fisco milhões de euros, uso quotidiano de off-shores para esconder operações financeiras, etc., etc.) não são imediatamente impedidos de exercerem actividades na banca, acto que depende dos reguladores, mesmo antes da justiça se pronunciar sobre os eventuais crimes cometidos, se é que vai alguma vez pronunciar-se.
A completa desresponsabilização sobre a crise dos últimos anos, desencadeada pelo sistema financeiro, mas de que no fim este veio a beneficiar, marca moralmente como uma doença a sociedade da crise em que vivemos. O que choca as pessoas comuns e é uma fonte enorme de descrença da democracia e de sentimento de injustiça propício a todos os populismos, é que ninguém imagina que um ministro, primeiro-ministro ou Presidente se fosse sentar à mesa com alguém que tivesse desviado uns poucos milhares dos seus impostos ou tivesse um restaurante, uma barbearia, ou uma oficina de automóveis em modo de “economia paralela”, enquanto todos os viram nos últimos anos, em plena crise, conviver agradecidos e obrigados com estes homens que aparecem agora nos jornais como se tendo “esquecido” de declarar milhões de euros ao fisco ou estando à frente de instituições bancárias que emprestaram a amigos e familiares muitos milhões de que não se sabe o rastro, e tinham contabilidades paralelas.
É por isto tudo que não aceito a culpabilização sistemática dos mais pobres e mais fracos e da classe média, por terem vividoacima das suas posses”, mesmo quando não o fizeram. E mesmo quando havia uma casa a mais, um carro a mais, um ecrã plano a mais, um sofá a mais, um vestido ou um fato a mais, umas férias a mais, uma viagem a mais, recuso-me a colocar estesexcessos” no mesmo plano moral dos “outros”. Algum moralismo salomónico, que coloca no mesmo plano a corrupção dos poderosos e dos de cima com os pequenos vícios dos de baixo e do meio, tem como objectivo legitimar sempre a penalização punitiva de milhões para desculpar as dezenas. É por isto que esta crise corrompe a sociedade e vai deixar muitas marcas, mesmo quando ninguém se lembre de Portas e de Passos.



José Pacheco Pereira – Público - 21/06/2014