quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Um intolerável assédio moral.

Soares Novais


1Após três semanas de espera, a Comissão de Trabalhadores dos Estaleiros de Viana do Castelo reúne hoje no Ministério da Defesa. Não com o titular da pasta, mas com o secretário de Estado.
Estranho tal procedimento. A gravidade da situação, que fustiga centenas de trabalhadores e uma empresa âncora da região e do país, aconselhava que fosse o próprio ministro a presidir ao encontro, solicitado pela Comissão de Trabalhadores.
Além do mais, tal interlocutor sempre pode argumentar que o dossiê está sob a tutela do ministro; que o processo de privatização, cuja conclusão foi anunciada para o dia 31 de Dezembro, ainda não está encerrado; e que nada sabe sobre o contrato com a Venezuela.
Um contrato que vale 128 milhões de euros, que o ministro considerou como “nuclear” para o processo de privatização, mas que os trabalhadores dos estaleiros estão impedidos de cumprir, pasme-se!, devido à falta de aço.

2 – Os Estaleiros de Viana estão em processo de reprivatização há um ano. Mesmo que sejam fundamentais para a região e o país. Mas isso, como se sabe, não interessa nada a esta gente.
A mesma gente que já privatizou a lucrativa ANA e que só ainda não fez o mesmo à TAP e à RTP por uma única razão: a forte oposição dos trabalhadores daquelas empresas às negociatas inabilmente anunciadas pelo ministro Relvas e/ou o assessor Borges.
Vítimas de um intolerável e criminoso assédio moral, pois são impedidos de exercer o seu elementar direito ao trabalho, os trabalhadores dos estaleiros nada sabem sobre o futuro da empresa. Ou seja: sobre o seu futuro e o futuro das suas famílias. A não ser que me engane e, hoje, o secretário de Estado esclareça todas as questões.


3- Um antigo jogador da bola, que é acusado de dever 10 milhões ao BPN que todos nós estamos a pagar, integra a chamada comissão de honra da candidatura do autarca de Gaia que quer saltar para o Porto.
Tal facto, bastou para que um diário portuense fizesse chamada à primeira página e ilustrasse a notícia, bacoca, com a foto do dito.
Para ele e outros cromos da cena nacional há sempre espaço e tempo de antena. Espaço e tempo de antena que falta, por exemplo, para dar justa visibilidade à luta que os 40 trabalhadores da minhota Radal, em Amares, travam há vários dias. Uma luta que os leva a defender os seus postos de trabalho e os vencimentos em atraso à porta da fábrica, à chuva e ao frio, e que apenas teve direito a uma notícia a uma coluna.

4 – A última semana acabou com Passos, Gaspar, Portas e os banqueiros* em euforia. Portugal foi aos mercados e logrou mais um empréstimo.
Não tenhamos ilusões:
- Tal dinheiro, resultante de mais este empréstimo, não chegará à economia real;
- não  se destina a salários e pensões;
- não  servirá para repor aquilo que foi roubado aos funcionários públicos e aos pensionistas;
-  não  é dinheiro para investir e criar emprego.
O seu destino é só um: amortizar dívida e pagar juros ainda mais elevados.



  • Em boa verdade o único banqueiro é Ricardo Salgado, pois é aquele que é dono de um banco. Os outros são funcionários nomeados pelos acionistas; ou simplesmente homens de mão do poder político. Foi assim que Armando Vara, por exemplo, se tornou doutor e banqueiro. Pelo menos até Manuel Godinho aparecer em cena e com ele a famosa caixa de robalos congelados…

Crónica publicada no dia 30 de Janeiro no semanário

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Apita o comboio.

A imagem é fracota. Tal qual as figurinhas que retrata. Mas vale como testemunho da grande farra destes pequenotes lusos por terras de Vera Cruz.  Ei-los engatadinhos a cantar o célebre "Apita o comboio".

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Prenúncio de morte.


António Rocha*

"Desde que a CRISE chegou à Grécia que a vida daquele povo ficou virada do avesso. Porém, as mudanças ocorridas na área da prestação de cuidados de saúde ultrapassaram todos as limites em que deveria assentar a dignidade da pessoa humana.

Até Julho de 2011, a Grécia tinha um sistema de saúde normal. As pessoas que perdiam os seus empregos recebiam cuidados de saúde, mesmo após terem perdido o direito ao subsídio de desemprego. A partir daquela data, o governo grego assinou um acordo de empréstimo suplementar com os predadores financeiros internacionais (travestidos de idóneos representantes da Comissão Europeia, do Banco Central Europeu e do Fundo Monetário Internacional), onde ficou estipulado que todos os cidadãos que não tivessem seguro de saúde, não estivessem a receber subsidio de desemprego, ou não tivessem meios próprios para o pagamento dos cuidados de saúde de que necessitassem, deixariam de ser tratados nos hospitais públicos.

Actualmente, na Grécia, existem cerca de 25% de desempregados, dos quais, metade, não recebe qualquer apoio do Estado helénico, e portanto, sem direito a ter assistência na doença.

As mudanças verificadas no sistema público de saúde impressionam, sobretudo, no caso de cancro, cujos tratamentos são longos e onerosos. Quando o cancro é diagnosticado em pessoas que não têm seguro de saúde, subsídio de desemprego ou posses para pagarem do seu próprio bolso o acesso aos medicamentos e tratamentos de que carecem, o Estado pura e simplesmente vota-as ao abandono, ignorando a sua própria existência.

Face à gravidade da situação, que raia uma sórdida parecença com o genocídio selectivo e repressão maciça de tempos idos, surgiu o conceito de "Clínica Social", um movimento fora do sistema de saúde público, que o Dr. Giorgos Vidras alcunhou de "Rede Robin Hood", para cuidar dos excluídos da sociedade, em que são utilizados medicamentos doados por farmácias, empresas farmacêuticas, e até por familiares de doentes que morreram de cancro. Mas este problema pode agravar-se exponencialmente muito em breve. É que, vai chegar o momento em que as pessoas vão deixar de poder doar, pelos efeitos arrasadores da crise que atravessa a Grécia.

O Dr. Kostas Syrigos, chefe do maior Serviço de Oncologia da Grécia, fez declarações públicas onde dizia que pensava já ter visto tudo na vida!
Mas nada o preparara para enfrentar o caso de Elena, uma mulher desempregada e sem seguro de saúde, com um cancro na mama que atingira o tamanho de uma laranja e que já rasgara a pele, deixando à vista urna ferida que aquela mulher drenava, incessantemente, com guardanapos de papel. "Fiquei sem fala quando a vi. Toda a gente que ali se encontrava chorou. E em verdade vos digo: os livros de estudo descrevem coisas como aquelas, mas nunca as tínhamos visto até então", referiu aquele médico.

A sociedade grega ficou chocada! Tal como na revelação Bíblica, os responsáveis políticos do seu País tinham trocado a protecção dos mais desfavorecidos por "30 moedas de prata" provenientes dos "Judas" do nosso tempo.
Na Grécia, os médicos que sejam apanhados a tentar salvar a vida daquelas "almas", pagam do seu bolso os medicamentos entregues àqueles doentes, para além de se sujeitarem a muitas outras consequências.

Nas palavras do médico alemão Georg Pieper, o que encontrou na Grécia ultrapassou todas as suas piores expectativas: - crianças, numa agonia pungente, ao colo de suas mães esvaídas em lágrimas, prostradas em frente aos hospitais públicos, a implorarem para tratarem das suas crianças; mulheres grávidas, sem seguro de saúde e sem dinheiro, a acorrerem aos hospitais, suplicando para serem atendidas; doentes internados que, para não morrerem à fome, pedem a familiares e amigos para lhes levarem comida; médicos, enfermeiros e outros profissionais que, para além de não receberem ordenado há vários meses, se vêm obrigados a fazer a limpeza dos hospitais; e um número incontável de pessoas a catar os restos que se encontram naqueles que são hoje os "restaurantes helénicos mais bem sucedidos da economia grega" - os caixotes do lixo.

Hoje, no País onde nasceu a democracia, estar doente não é "pronúncia do Norte"... é prenúncio de morte.
Há cerca de sete décadas atrás, os saques feitos aos gregos serviram para construir e alimentar os Panzers, com que pretendiam aniquilar o povo de "Homero". Nos tempos que correm, os saques servem para pagar o material de guerra e para salvar os bancos germânicos. São as duas faces... de uma mesma moeda!"


*Crónica publicada no Diário de Aveiro, no dia 7 de Janeiro, com o título: Grécia - Auschwitz do século XXI

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Presos em casa.

Soares Novais


1 – Hoje não trarei à crónica nenhum adjectivo para classificar a tropa fandanga. Vou apenas falar da vida. Da vida das pessoas, que é aquela que realmente interessa.
E essa, a vida das pessoas, está cada vez mais difícil.
Agora, anunciam a colocação de mais portagens. Sobretudo, no Alto Minho, que é cada vez mais uma região à beira do abismo. Do abismo social e empresarial.
As empresas encerram; as pessoas são atiradas para o desemprego; o fluxo turístico cai a pique; as crianças rumam às escolas com fome; os velhos são deixados nos  hospitais; os mais jovens e capazes emigram; a região, o país e os seus habitantes atolam-se no lamaçal a que a tropa fandanga os condena.

2 – Autarcas e empresários do Alto Minho clamam contra a colocação de mais portagens. Asseveram que a região, as empresas e as pessoas não resistirão a mais esta maldade. Apresentam números e esgrimem argumentos.
Apelam ao doutor Cavaco, mesmo que saibam que a maioria dos apelos a ele dirigidos têm como destino o cesto dos papeis.
Prometem sair à rua.
Dizem-se dispostos a juntar as suas vozes às vozes daqueles que há muito alertam para o poço sem fundo em que caímos por obra e graça da tropa fandanga.
De uma tropa fandanga para quem a vida se resume a cursos recheados de créditos, fatos “modalfa” e joguinhos de alcofa e influência.


3 – Entre Novembro e Dezembro de 2012 fiquei privado do afecto de alguns dos meus mais caros amigos. Um deles, que vivia de uma pequeníssima reforma após 30 anos de trabalho, evitava sair de casa. Por mais que eu insistisse. Por por mais que eu me dispobinilizasse para o ir buscar e levar. Um dia, perante mais uma insistência minha, disse-me:

- Olha, estou proibido de sair de casa. A minha reforma e os impostos que pago não me deixam. Basta comprar um jornal e beber um café e dou logo cabo do orçamento!...

É o que acontece hoje com a maioria de nós: estamos impedidos de sair de casa. Os salários são baixos e os impostos são os mais altos da Europa.  Insistem em fazer de nós os servos que trabalham para pagar os juros de uma dívida que não contraímos.
Estamos presos em casa!
E, assim, a Economia não funciona.
Os galegos não fazem compras em Valença; não se deliciam com o sarrabulho de Ponte de Lima ou com as sardinhas de Vila Praia de Âncora; e nós, os do lado de cá do Rio Minho, já nem temos dinheiro para ir a Tui comprar caramelos.
Resultado: as empresas fecham portas, o desemprego aumenta, e as cantinas sociais ficam lotadas de novos pobres.

4 – Mas as maldades que se anunciam não se ficam pela colocação de mais portagens. Outras há. Como o fim do IVA intermédio. Ou seja: querem passar o IVA dos livros dos seis para os 13%, bem como aquele que é pago pelo usufruto dos bens culturais, que são produtos de primeira necessidade.
Assim, voltaremos a ser o país de Fátima, do fado e do futebol, agora mais modernaço com as boçais figurinhas da Casa dos Segredos.
Estamos perante o maior e mais criminoso retrocesso civilizacional de que há memória. Temos de o impedir. Abrindo os olhos e excluindo das nossas escolhas aqueles que há muito mentem e, apenas, tratam da sua vidinha...
Antes que seja tarde. Tarde demais.


Nota final: O maestro responsável pela programação da  área da Música, da Capital Europeia da Cultura, Guimarães-2012, será o mandatário para Juventude da candidatura do dr. Menezes à Câmara do Porto. Tal apoio, que eventualmente lhe poderá garantir uma futura reforma longe dos 500 euros mensais com que são brindados alguns dos mais notáveis artistas e criadores portugueses, está longe de o enobrecer. E provam que, apesar do seu ar modernaço, ele, o maestro, gosta dos acordes sussurrados pela cassete de um dos mais velhos e manhosos profissionais da política da treta.





Crónica publicada
no dia 23 de Janeiro no semanário


terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Os bons ofícios de Agostinho.

Soares Novais 





1 – O deputado Agostinho Lopes deixou de exercer as suas funções no primeiro dia deste ano de 2013. Fá-lo aos 68 anos e depois de várias legislaturas como parlamentar eleito por Braga.
A região minhota perde uma voz fundamental na defesa da sua identidade e dos seus interesses. Sobretudo, os pequenos e médios agricultores; os produtores de leite; os micro, pequenos e médios empresários; os pescadores; e os trabalhadores dos Estaleiros de Viana do Castelo, por exemplo.
Licenciado em engenharia químico-industrial, Agostinho Lopes integrou várias comissões parlamentares, nomeadamente a Comissão de Economia. Consultei, agora, o sítio da Assembleia da República e confirmei aquilo que já sabia: foi sempre um deputado presente e dos poucos que manteve um contacto permanente com as populações que representava. Mesmo com aqueles que, embora beneficiando do seu saber e dos seus bons serviços, quase sempre optam por eleger os que só os conhecem durante a “caça ao voto”.
Uma coisa é certa: Agostinho Lopes, que agora sai da vida parlamentar e que seguramente não integrará nenhum conselho de administração de uma grande empresa nem será convidado para emparceirar com o Dr. Catroga na EDP, vai continuar a trabalhar na defesa dos interesses daqueles que são vitimados pela economia de casino, que tomou conta do país e do mundo e que tantas vidas destrói.


2 – Os deputados da “maioria” inviabilizaram o aumento do salário mínimo. E há mais de 500 mil portugueses que  auferem apenas 485 euros a cada 30 dias.
Uma senhora deputada do PSD, cujo nome não retive nem quero, embora reconhecendo que se trata de um salário de miséria, tentou justificar o chumbo de tão justa pretensão usando a cassete do costume: a situação financeira do país não o permite.
A senhora deputada “laranja”, cujo nome não retive e que para o caso não tem nenhuma importância, pois qualquer outro poderia reproduzir a mesma lengalenga, tem toda a razão: o dinheiro é todo preciso para pagar aos assessores ministeriais, às secretárias e aos motoristas, aos seguranças e as contas de telemóvel de toda esta gentinha a quem a austeridade não belisca, nem ao de leve.
E, meus amigos, aposto singelo contra dobrado, em como as contas mensais de telemóvel de muitas dessas girls e desses boys são muito, muito mais do que um salário mínimo.
Aliás, basta estar atento àquilo que acaba de ser tornado público pelo Tribunal de Contas para se confirmar que a austeridade é só para os soldados rasos do imaginário exército que o Pedro anda a reclamar para render os piegas.

3 – O Dr. Gaspar decidiu que o Estado, ou seja todos nós, vai capitalizar o Banif em mais de mil milhões de euros. E argumenta o número 2 da tropa fandanga de Passos, que tal ninharia, assim a modos que o salário mínimo nacional, servirá para financiar pequenas, médias e micro empresas, apoiar projecto familiares e projectos culturais. Em suma: dinamizar a economia.
Vítor Gaspar deita mão à mesma cassete de Teixeira dos Santos e toca a mesma música que serviu para justificar a nacionalização dos prejuízos do BPN, que como se sabe está a custar-nos os olhos da cara.
Prudentemente, o actual ministro das “Finanças” não diz que o Banif vai ser nacionalizado. Mas isso também não interessa nada. O certo é que o banco do comendador Roque entrou em colapso e nós, os do costume, cá estamos para o salvar.
Fica, assim, claro; os bancos são as únicas empresas que não podem falir. As outras sim, mesmo que o seu número não pare de aumentar e haja mais de um milhão de portugueses sem trabalho.

4 - Tive o privilégio de conhecer e privar com Marques Júnior - o Capitão de Abril, que acaba nos deixar e a quem aqui deixo este meu cravo vermelho.
A última vez que estive com ele pessoalmente foi nas comemorações dos 30 anos do 25 de Abril que tiveram como palco a sede da editora, que eu então dirigia.
A conversa com Marques Júnior, que foi eleito deputado pela primeira vez pelo distrito de Viana do Castelo, prolongou-se por várias horas. Primeiro, durante a sessão; depois, à volta da mesa o que o obrigou a partir rumo a Chaves, onde pernoitaria, já a noite ía alta.
Marques Júnior era um militar com biblioteca. E por o ser não era um arrivista, um parvenu, como tão bem nos elucida Alexandre O'Neill em "Uma Coisa em Forma de Assim".
Nem sempre estivemos de acordo.
Mas uma coisa é certa: o seu número de telemóvel vai continuar a vigorar na minha lista.
É assim que faço com os amigos.
Com os meus amigos que teimam em deixar-me cada vez mais só.



 

Crónica publicada no dia 9 no semanário

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Proença denuncia violação.

O engº Proença acusa Passos de violação. Ou seja:  acusa Passos de rasgar o acordo sobre a nova lei dos despedimentos. Não é a primeira vez que Proença faz queixinhas deste quilate. Agora, resta saber se o "boss" da UGT  rompe com o namoro; ou se, como é hábito, tudo não passará de mais um arrufo...                                                                             
                                                                               Soares Novais

                                                                                                                                    

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

2013 passos atrás.



Soares Novais




1 – Primeiro, chamou-nos piegas.
Agora, que o número de desempregados e de empresas falidas atingem números assustadores e as receitas fiscais caem para números históricos, o senhor primeiro-ministro clama contra a guerra e quer que sejamos um exército.
O problema é que um exército precisa de um general.
De um general capaz e exemplar.
Precisa de um estratega.
E este amanuense, que alguns escolheram há pouco mais de um ano e meio, já mostrou que é impreparado e só tem uma estratégia: empobrecer quem vive do seu trabalho.

2 – Confesso: preferi sintonizar a TV Galiza a ouvir a mensagem natalícia do primeiro-ministro que clama pelo exército.
Mas pelo que já ouvi e li não anda muito longe “disto”:  "Não é de patriota nem de político abandonar o futuro às contingências da sorte, não criar para uma obra condições de duração e de estabilidade. Por definição só fica feito o que perdura."  (Salazar, 1943).

3 – Como se percebe ninguém deu cavaco ao apelo feito pelo primeiro-ministro para colocar o exército ao serviço dos seus intentos, que são dar 2013 passos atrás e fazer regressar os direitos de quem trabalha ao tempo da servidão.
Resultado: o Pedro, acompanhado da Laura, escreveu no Facebook que este “não foi o Natal que merecíamos”.
E relembrou, mesmo, a época em que os portugueses tinham de “esticar a comida para chegar para toda a família”. Além do mais, o Pedro, apesar de ainda não ter entrado na casa dos cinquenta, usa a mesma cassete dos nossos avós. Mas esses, coitados, viveram antes do 25 de Abril. Ou seja: no tempo da Outra Senhora…

4 – Soube-se agora: há uma elite constituída por 30 gestores que ganha mais de UM MILHÃO de euros por ano. Previdentemente, os seus nomes e os das empresas não são tornados públicos. Acontece em Portugal, o tal país que está a empobrecer por justo desígnio da tropa-fandanga liderada pelo trio Passos, Gaspar & Portas.

5 – Um sucateiro foi ao balcão de um banco em Celeirós (Braga) e o seu dinheiro foi-lhe entregue na …rua.
O argumento invocado pelo gerente do balcão para não lhe pagar o cheque de 168 euros dentro das instalações foi este: o sucateiro apresentou-se “mal vestido” e pareceu-lhe ser “romeno”.
Paulo Ribeiro chamou a GNR e apresentou queixa.
Fez muito bem.
Como muito bem fez em não aceitar a conversinha  privada que os do banco queriam, após a bronca.
Fica aqui o aviso aos sucateiros de todo o país: sempre que forem ao banco, vistam o fato de domingo, usem gravata e façam-se acompanhar de uma caixa de robalos.
Eles, os dos bancos, gostam.




Crónica publicada no dia 2 de Janeiro no