terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Bom 2014 a plantar batatas

"Um velho árabe muçulmano iraquiano, a viver há mais de 40 anos nos EUA, quer plantar batatas no seu jardim, mas cavar a terra já é um trabalho demasiado pesado para ele.
O seu filho único, Ahmed, está a estudar em França, e o velhote envia-lhe a seguinte mensagem:
"Querido Ahmed: Sinto-me mal porque este ano não vou poder plantar batatas no jardim. Já estou demasiado velho para cavar a terra.Se tu estivesses aqui, todos estes problemas desapareceriam. Sei que tu remexerias e prepararias toda a terra.
Beijos
Papá"

Poucos dias depois, recebe a seguinte mensagem:
"Querido pai: Se fazes favor, não toques na terra desse jardim.
Escondi aí umas coisas. Beijos .
Ahmed"

Na madrugada seguinte, aparecem no local a polícia, agentes do FBI, da CIA, os S.W.A.T., os Rangers, os Marines, Steven Seagal, SilvesterStallone e alguns mais.... da elite estadunidense, bem como representantes da SNA, do Pentágono, da Secretaria de Estado, do Mayor, etc.
Removem toda a terra do jardim procurando bombas, ou material para as construir, antrax, etc..
Não encontram nada e vão-se embora, não sem antes
 interrogarem o velhote, que não fazia a mínima ideia do que eles buscavam. Nesse mesmo dia, o velhote recebe outra mensagem:
"Querido pai :
Certamente a terra já está pronta para plantar as batatas.
Foi o melhor que pude fazer, dadas as circunstâncias.
Beijos Ahmed"




Nota: Esta é uma homenagem, sentida, à sabedoria de Obama e seus súbditos - os polícias do Mundo 







sábado, 28 de dezembro de 2013

2014, o combate pelas palavras

José Pacheco Pereira*

2014 será um ano de completo, devastador, cruel, sem tréguas, combate pelas palavras. Dizendo palavras digo também ideias e fragmentos de ideias, mensagens virais e manipulações circulantes, explicações e mistificações, estatísticas, estatísticas torturadas, soundbites e frases assassinas.
Propaganda e razão vão estar de lados opostos, manipulação e vontade de verdade (concessão aos que a palavra verdade de per si ofende) vão-se defrontar, como sempre, de forma imperfeita e desigual. Do lado do poder todos os recursos serão utilizados, “comunicação política”, agências de comunicação, assessores, briefings e ministros da propaganda, marketing e “eventos” (tenho a certeza que Portas já pensa num “evento” grandioso e patriótico para festejar a “saída” da troika, por singular coincidência a dias das eleições europeias…).
Esse combate irá travar-se numa parte decisiva na comunicação social, em primeiro lugar na televisão, depois nas “redes sociais” e nos blogues e por fim na imprensa escrita. Alguns jornalistas ficam muito irritados quando afirmo (e vou repetir) que um dos problemas dos dias de hoje na vida pública em Portugal é a facilidade com que a comunicação social absorve a linguagem do poder e a reproduz como sendo sua, assim legitimando-a porque lhe dá um sujeito neutro, tornando-a uma verdade universal. Este processo não é simples, não se trata de estar “a favor” ou “contra” o Governo, nem sequer de actuar em função de preferências ou hostilidade partidárias, porque se fosse assim seria mais fácil identificar o que se passa. 
Há um papel importante para os gostos e os ódios pessoais, mas isso faz parte do meio jornalístico desde sempre. O hábito é ajustar contas em função das simpatias ou antipatias pessoais entre jornalistas, políticos e outras personagens do espaço público, muito mais eficaz como explicação do que as simpatias partidárias. A promiscuidade entre jornalistas e “fontes”, a troca de favores e cumplicidades, as amizades e os amores, as vinganças e elogios interessados passam-se de modo subterrâneo, mas explicam muito da atitude de jornalistas face aos detentores do poder político, actual ou passado. Ora pouca gente cultiva mais a sua relação com os jornalistas do que os grupos dirigentes das “jotas” dos partidos, seja do PS ou do PSD, cuja proximidade social, cultural, de mentalidade e modo de vida, é quase total, e cuja partilha geracional de vocabulário (escasso), fragmentos de ideias, mitos e (in)experiências é igualmente comum.
Muitas vezes estas empatias têm a ver com o bem escasso da “influência” e os conflitos pela capacidade de a ter, outras vezes é inveja por ganhos e recursos. O problema é que, sendo esta uma explicação importante para muito do que se publica e se diz, ainda por cima em meios muito pequenos, que comunicam entre si, e onde está sempre alguém no lugar pretendido por outrem, ela é invisível para a comunidade dos consumidores dos media, que desconhecem muitos dos meandros que estão atrás dos bastidores. Explicava muita coisa, como se percebeu quando do “caso Relvas”, mas é na maioria dos casos impossível de usar.
Há cada vez mais jornalistas e jornalistas-comentadores mais próximos do poder, partilhando do mesmo pensamento de fundo associado ao “ajustamento”, embora possam discordar e algumas vezes serem até agressivos na crítica a aspectos de detalhe da governação. O problema é que a concordância de fundo é muito mais importante do que a discordância no detalhe e o núcleo central de legitimação do poder permanece intocável. 
A mentalidade adversarial da comunicação social, já em si mesmo uma fragilidade, deu lugar a uma enorme complacência com o poder. Uma das razões desta proximidade de fundo tem a ver com o papel cada vez mais destacado da imprensa económica em tempos em que a “crise” é dominantemente explicada apenas pelas suas variantes económicas. O predomínio da economia levou a um avolumar do “economês”, uma variante degradada quer da economia, quer da política. E esse “economês” favorece os argumentos de “divisão” que têm tido muito sucesso no discurso público, fragilizando, no conflito social, umas partes contra as outras. Este discurso da divisão é uma novidade desta crise e uma das principais vantagens da linguagem do poder. 
Colocar novos contra velhos, empregados contra desempregados, trabalhadores privados contra funcionários públicos, reformados da Segurança Social contra pensionistas da CGA, sindicalizados contra “trabalhadores”, grevistas contra a “população”, e muitas outras variantes das mesmas dicotomias, tem tido um papel central no discurso governamental, que encontra na “equidade” um dos mais fortes elementos de legitimação. Se se parar para pensar, fora dos quadros das “evidências” interessadas, verifica-se até que ponto uma espécie de neomalthusianismo grosseiro reduz todas estas dicotomias a inevitabilidades a projecções sobre o “futuro” muito simplistas e reducionistas e que recusam muitos outros factores que deviam entrar na avaliação dessa coisa mais que improvável que é o “futuro”. À substituição da política em democracia, com o seu complexo processo de expectativas e avaliações, traduzidas pelo voto, ameaçando, como dizem os “ajustadores”, pela “politiquice”, ou seja, as eleições, a “sustentabilidade” das soluções perfeitas de 15 ou 20 anos de “austeridade”, soma-se a completa falta de pensamento sobre o modo como as sociedades funcionam, que o “economês”, que é má economia, não compreende. 
A redução das análises correntes a este “economês”, sem política democrática, nem sociedade, revela-se num fenómeno recente que é a proliferação de livros de jornalistas com as receitas para salvar o país, quase todos sucessos editoriais. Eles mostram a interiorização profunda, em muitos casos prosélita, noutros mais moderada, da linguagem, explicações, legitimações, amigos e adversários, proto-história e factos seleccionados, do discurso do poder sobre a crise.
A isso acrescentam propostas em muitos casos inviáveis em democracia e num Estado de direito, e cuja eficácia, mesmo nos seus termos, está por demonstrar. 
Esses livros favorecem a ideia de que o “vale-tudo” que está por detrás da continuada sucessão de legislação inconstitucional do Governo poderia ser a solução ideal “para Portugal”, que infelizmente é “proibida” ou pela “resistência corporativa” dos interesses ou por entidades como o Tribunal Constitucional, ou mesmo pela “ignorância” e impreparação da opinião pública. Escreve-se como se não houvesse interesses legítimos que o Estado de direito acautela, ou práticas brutais de transferência de rendimentos e recursos, que tem sempre quem ganha e quem perde, cujos efeitos na conflitualidade social tornam por si próprio insustentável a sua manutenção. São de um modo geral muito complacentes com os de “cima” e muito críticos dos de “baixo”, e dão pouca importância aos efeitos de exclusão e diferenciação social que as suas políticas propõem, mas, acima de tudo, ignoram sistematicamente que elas falham no essencial, ou seja, que são ineficazes para os objectivos pretendidos. 
A solução é, em vez de mudar as políticas, acrescentar-lhes mais tempo e é por isso que o coro da “austeridade” para décadas é cada vez maior e será ruidoso depois da troika mandar aterrando cá, para mandar a partir de Bruxelas. Aliás, será um interessante exercício ver o que nos diziam em 2011, sobre os resultados que já se deveriam ver em 2012, e o milagre de uma economia pujante “libertada do Estado”, já em 2013, e que agora é de novo prometida em 2014. Se diminuíssemos a dívida e défice em função das “intenções proclamadas” para o ano seguinte, já estávamos a cumprir o Pacto Orçamental.
Alguns jornalistas sabem que é assim, que a linguagem do poder se estabeleceu de forma acrítica na comunicação social, e aqui e ali tentam funcionar a contracorrente. Mas as redacções estão muito degradadas, com meios muito escassos, o trabalho precário, barato ou quase gratuito, pouco qualificado, prolifera e o emprego está sempre em risco, pelo que a prudência exige muita contenção. Por outro lado, o papel crescente da “comunicação” profissionalizada, a que Governo e empresa, recorrem cada vez mais, exerce uma pressão considerável no produto final da comunicação social, em particular na informação económica. A isto se junta o proselitismo na Rede, nos blogues e no Facebook, nos comentários anónimos, às claras ou em operações “negras” de assessores militantes e amigos dos partidos do Governo, à procura de um lugar ao sol, ao exemplo do que um destes operacionais revelou recentemente numa entrevista à Visão
Por isso, neste combate pelas palavras de 2014, o Governo parte em vantagem, não porque tenha razão, mas porque tem mais meios e, pior ainda, conta com a força que num país pequeno, fragilizado, com uma classe média empobrecida, com uma opinião pública débil, tem o discurso que vem do lado do poder. Já acontecia com Sócrates, acontece com Passos Coelho.

                                                                                                                                                                                                                                *Historiador



sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

O secretário Rosalino, a quem ontem o Tribunal Constitucional impediu mais um roubo rotulado de "convergência de pensões", vai deixar o chamado governo de Portugal.
Agora, tal qual alertou Arménio Carlos, convém estar atentos ao seu futuro profissional.
Ou seja: convém estar atentos ao prémio com que irá ser distinguido por tão servil actividade ao serviço dos ricos e poderosos.


Soares Novais

omens sem H

Nuno Pacheco*


Espantam-se? Não se espantem. Lá chegaremos. No Brasil, pelo menos, já se escreve "umidade". Para facilitar? Não parece. A Bahia, felizmente, mantém orgulhosa o seu H (sem o qual seria uma baía qualquer), Itamar Assumpção ainda não perdeu o P e até Adriana Calcanhotto duplicou o T do nome porque fica bonito e porque sim. Isto de tirar e pôr letras não é bem como fazer lego, embora pareça. Há uma poética na grafia que pode estragar-se com demasiadas lavagens a seco. Por exemplo: no Brasil há dois diários que ostentam no título esta antiguidade: Jornal do Commercio. Com duplo M, como o genial Drummond. Datam ambos dos anos 1820 e não actualizaram o nome até hoje. Comércio vem do latim commercium e na primeira vaga simplificadora perdeu, como se sabe, um M. Nivelando por baixo, temendo talvez que o povo ignaro não conseguisse nunca escrever como a minoria culta, a língua portuguesa foi perdendo parte das suas raízes latinas. Outras línguas, obviamente atrasadas, viraram a cara à modernização. É por isso que, hoje em dia, idiomas tão medievais quanto o inglês ou o francês consagram pharmacy e pharmacie (do grego pharmakeia e do latim pharmacïa) em lugar de farmácia; ou commerce em vez de comércio. O português tem andado, assim, satisfeito, a "limpar" acentos e consoantes espúrias. Até à lavagem de 1990, a mais recente, que permite até ao mais analfabeto dos analfabetos escrever sem nenhum medo de errar. Até porque, felicidade suprema, pode errar que ninguém nota. "É positivo para as crianças", diz o iluminado Bechara, uma das inteligências que empunha, feliz, o facho do Acordo Ortográfico. É verdade, as crianças, como ninguém se lembrou delas? O que passarão as pobres crianças inglesas, francesas, holandesas, alemãs, italianas, espanholas, em
países onde há tantas consoantes duplas, tremas e hífens? A escrever summer, bibliographie, tappezzería, damnificar, mitteleuropäischen? Já viram o que é ter de escrever Abschnitt für sonnenschirme nas praias em vez de "zona de chapéus de sol"? Por isso é que nesses países com línguas tão complicadas (já para não falar na China, no Japão ou nas Arábias, valha-nos Deus) as crianças sofrem tanto para escrever nas línguas maternas. Portugal, lavador-mor de grafias antigas, dá agora primazia à fonética, pois, disse-o um dia outra das inteligências pró-Acordo, "a oralidade precede a escrita". Se é assim, tirem o H a homem ou a humanidade que não faz falta nenhuma. E escrevam Oliúde quando falarem de cinema. A etimologia foi uma invenção de loucos, tornemo-nos compulsivamente fonéticos. Mas há mais: sabem que acabou o café-da-manhã? Agora é café da manhã. Pois é, as palavras compostas por justaposição (com hífens) são outro estorvo. Por isso os "acordistas" advogam cor de rosa (sem hífens) em vez de cor-de-rosa. Mas não pensaram, ó míseros, que há rosas de várias cores? Vermelhas? Amarelas? Brancas? Até cu-de-judas deixou, para eles, de ser lugar remoto para ser o cu do próprio Judas, com caixa alta, assim mesmo. Só omens sem H podem ter inventado isto, é garantido.

*Jornalista

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Os jornais digitais dizem que  morreu o "ladrão do século".
 Não é verdade.
O "ladrão do século" está vivinho da silva e passeia-se  por Lisboa.
Chama-se Oliveira,  deu à Costa ali para as bandas de Aveiro, e foi secretário do dr. Cavaco.


Soares Novais

quinta-feira, 25 de julho de 2013

Para agradar ao dr. Cavaco, o dr. Passos convidou para a SA, que partilha com o dr. Portas, o sexagenário Machete.
Machete e Cavaco são amigos há muito.
Desde do tempo em que Cavaco ganhou uma fortuna com as acções do BPN.
Soares Novais

sexta-feira, 5 de julho de 2013

Um artista português!

Há um reitor de uma "privada" que joga em vários tabuleiros.
Veja-se:
- No Porto apoia, agora, o candidato do PS, mas antes integrou a chamada Comissão de Honra do candidato do PSD;
- Ainda na Área Metropolitana da Invicta é o mandatário de um candidato "independente";
- E em Ponte de Lima, a terra que o pariu, é candidato pelo CDS à Assembleia Municipal.
É um artista português!
Verdadeiramente!


Soares Novais

quarta-feira, 26 de junho de 2013

GREVE GERAL

Vamos falar de greve geral
Uma greve geral nunca é total
Imagina que todos fariam greve
Diz-nos O impossível para que serve
Sim Cumpre o possível É o teu dever
Não te desculpes para nada fazer
Hoje vamos falar de greve geral
Em qualquer local Aqui Em Portugal
Há quem não alinhe em greves gerais
Nem sequer adira a greves parciais
Há quem esteja contra as paralisações
Quando não são decretadas por patrões
Hoje vamos falar de greve geral
Esquece a tua greve imaginária
O capital marca greves todo o ano
Muito mais de 1 milhão não tem trabalho
Marca a nossa Fá-la tua Colabora
És uma peça do xadrez da vitória
Hoje vamos falar de greve geral
Mas de quem produz Da massa laboral
Não achas que é tempo de baixar os braços
Para levantar os salários baixos
Se não achas Fica a exigir a lua
Enquanto na terra a luta continua
Hoje vamos falar de greve geral
Não és só trabalhador a trabalhar
Não resolves o teu caso no cantinho
Nem com medo Nem com sorte Nem sozinho
Sim Decide com quem estás e com quem vais
Os teus problemas são todos nacionais
Hoje vamos falar de greve geral
Contra o poder de explorar e amedrontar
Camarada Colega Amigo Aliado
Pára Escuta Tens mais força parado
Hoje fabricarás faixas e bandeiras
Megafones Coletes e braçadeiras
Hoje vamos falar de greve geral
Em qualquer local Aqui Em Portugal
Os piquetes são a tropa perfilada
O abraço antigo A conversa actualizada
Se me perguntarem de que lado estou
Direi Do lado que a História me ensinou
Hoje vamos falar de greve geral
É dia da pátria obreira e fraternal
Estou contigo Estás comigo Companheiro
Traz outro amigo Camarada verdadeiro
Viva a máquina do mundo e do progresso
Faço greve Ganho o meu dia Protesto
Sim Greve geral Cada vez mais geral
Fazem a guerra Querem paz social
Fica à porta da empresa e do Estado
Hoje não entres no sítio errado
Não piques o ponto da resigNação
Dá um murro na mesa da enceNação
Sim Greve geral Cada vez mais geral
Em qualquer local Aqui Em Portugal
Viva a máquina do mundo e do progresso
Faço greve Ganho o meu dia Protesto


César Príncipe, Notícias do Resgate, AJHLP, 2013.                               

                                                                                                                                     



quinta-feira, 6 de junho de 2013

Título de um diário de hoje:

"ASSALTOU CINCO
BOMBAS NUMA HORA
VESTIDO COM COLETE
DO PPD-PSD"


Está-lhes no sangue.
Mas normalmente, para disfarçar, envergam fato e usam gravata.


Soares Novais

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Há dois anos, os asnos apearam um pinto do poleiro e colocaram lá um coelho.
Agora, andamos todos a piar o fado do desgraçadinho.
Os asnos que substituiram um asno por outro; e os outros que, não sendo asnos, são vítimas dos asnos que os asnos sempre escolhem.

Soares Novais

terça-feira, 14 de maio de 2013

Inspiração sénior.

"Eu penso [no fim da sétima avaliação] como uma inspiração - como já a minha mulher disse várias vezes - da nossa Senhora de Fátima, do 13 de maio".



O autor desta pérola é o senhor que,  temporariamente, mora em Belém.
Ou seja: aquele que se apresenta como um cientista dos números e que diz raramente enganar-se ou ter dúvidas.
Estamos fritos, pois.
O país está entregue a rapazolas e a um sénior que já só acredita no Além...

Soares Novais

quinta-feira, 2 de maio de 2013

"Independentes".

Sempre que se avizinham eleições, há uns cromos que se apresentam exibindo o rótulo de independentes. Independentes de treta. Como se sabe e a história recente comprova.
A esmagadora maioria dos ditos independentes foram paridos e amamentados pelas "jotas". Sobretudo pelas "jotas" do PPD, PS e CDS; enquanto outros, mais velhinhos, foram aconchegados pelos paizinhos das ditas "jotas". Paizinhos que neles viram capacidade para fazer negociatas sagazes...
Uma coisa é certa: tais protecções são meio caminho andado para um futuro livre de privações materiais, reformas garantidas com "meia dúzia" de anos de trabalho, muitas mordomias, que incluem motorista e carro às ordens, e salamaleques de eleitores que, quase sempre, não distinguem o bom ladrão do mau ladrão como bem nos esclarece o sermão do Padre António Vieira.

Soares Novais

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Amizade.







 
A Amizade é um sentimento de conforto.
É um sentimento muito importante e que dá gosto viver.
Os Amigos dão energia ao dia a dia de uma pessoa.
Sem amigos é impossível ser feliz, ter sentimentos agradáveis e valiosos para nós.
Os verdadeiros Amigos são aqueles que se ajudam mutuamente.
A Amizade é espontânea e algumas vezes dura desde bebés até à eternidade...
 A Amizade é um bocado do coração cheio de luz e magia.

 Martim




Nota: Este texto é assinado pelo meu filho, que tem 11 anos. Escreveu-o hoje para um trabalho da disciplina de Cidadania. Pedi-lhe autorização para o publicar aqui, pois creio ser essa a melhor forma, a mais sincera forma!, de dar público registo ao meu contentamento pelo reencontro com o Álvaro, o Damião, o Emanuel, o Flávio, o João Pedro, o Luís Filipe, o Mourato, o Nélson e o Zé Rodrigues.
Amigos que conheci na idade da inocência e com quem partilho este regresso ao futuro.

quinta-feira, 18 de abril de 2013

Máquinas de controlo social.

                                                                                                                                                           César Príncipe1

(Dedico naturalmente a minha intervenção, nesta Conferência, a Álvaro Cunhal, que foi redactor da Imprensa clandestina, a única que enfrentou o regime fascista e nunca deixou de exercer a liberdade de expressão, a denúncia dos crimes da ditadura, a defesa dos direitos políticos e populares. Nesta dedicatória, englobo todos os intelectuais, operários gráficos e distribuidores da Imprensa do PCP (1931-1974), que ainda hoje continua a marcar a diferença noticiosa e crítica).1

Máquinas da comunicação. Domínio da opinião. Em Portugal, as máquinas pesadas são 11: Cofina, Controlinveste, Estado, Igreja Católica, Igreja Universal do Reino de Deus, Impala, Impresa, Média Capital, Sojormédia, Sonaecom, Zon Multimédia. Por detrás destes títulos tecnológicos e teológicos escondem-se centenas de estações e publicações. Quase tudo o que circula por terra e ar, o que se vê, escuta e lê. Em papel, hertz, on-line. O programa dos 11 é só um: formatação do publicado e controlo do público. Imposição do uniforme, sob a capa do colorido e do ruidoso, e de algum contraditório de baixa intensidade. O grupo estatal, com acrescidas responsabilidades constitucionais, legais e estatutárias, embora cumpra os serviços mínimos, há muito que se tem vindo a desvincular do contrato de cidadania, subjugando-se à agenda do BCI/Bloco Central de Interesses. De facto, ao BCI corresponde um BCM/Bloco Central Mediático. O chamado arco do poder é assessorado pelo arco do dizer. Grande parte do mundo vive em apagão informativo. A consciência nacional está sob sequestro mediático. Por cá, temos - é certo - algumas compensações. A ignorância lusófona é inesgotável. Muitas vezes de cordel. Por vezes de bordel. Conheço pivôs das 20 horas e opinadores de todas as horas capazes de traduzir J`accuse de Zola por Jacuzzi de Berlusconi. Infelizmente as 11 máquinas conseguem ocupar a caixa craniana de milhões de telespectadores, radiouvintes, leitores. A política de redução de cabeças tem sido condição de sucesso eleitoral, lúdico e publicitário. O capitalismo é redutor por vocação e decapitador por ambição.

Howard Zinn sublinhou

Um lembrete de fora, que se aplica ao caso português, na medida em que as 11 máquinas são fiéis fotocopiadoras do Império: Bush, o filho, invadiu e ocupou o Iraque em 2003. Em 2006, 95% da comunicação americana ainda apoiava a guerra, mas 50% da opinião pública defendia a retirada. Isto é, o jornalismo hegemónico, porta-voz militarista e imperialista, tarde ou cedo, ficará isolado nas suas posições. Para quem entender aprofundar a tese, recomendo os documentários e os comentários de Howard Zinn, que atravessou a vida a iluminar a História - ele, cognominado historiador do povo, ele - cientista das ideias e dos movimentos colectivos, professor emérito da Universidade de Boston, veterano da II Guerra Mundial, despedido em 1963 do Spelman College por se haver solidarizado com as estudantes negras que repudiavam a segregação escolar e social. Faleceu em 2010. Faremos bem em tê-lo a nosso lado. Dentro de nós, sempre que necessário.

Pulitzer alertou

Uma imprensa cínica, mercenária, demagógica e corrupta formará um público tão vil como ela mesma.

Quem pronunciou o anátema? Algum revolucionário marxista-cunhalista? Segundo li e reli, foi Joseph Pulitzer, nascido em 1847, 29 anos depois de Marx, 66 anos antes de Cunhal. Pulitzer, jornalista-empresário, patrono de Prémios da Imprensa Burguesa United States. Pulitzer ainda acreditava, pelos fins do séc. XIX, início do XX, nas virtudes da objectividade e da independência da Informação. Concepção romântica que contou com poucos praticantes ou ensaiadores, até porque nada é isento. Eu, por exemplo, aceito o inevitável: não há isenção na informação. Eu, por exemplo, estou comprometido com a liberdade e a fraternidade (agradecia que me cantassem a Grândola), sim, estou comprometido com a democracia patriótica, política, económica, social e cultural da Constituição da República Portuguesa.

Northcliffe confirmou

Mas queiram fazer o favor de ter paciência e escutar mais uma citação burguesa e anglo-saxónica:

Deus ensinou os homens a ler para que eu possa dizer-lhes quem devem amar, quem devem odiar e o que devem pensar.

Quem assim se pronunciou não foi Salazar, ex-inquilino de São Bento, residência agora ocupada pelos putativos netos. Esse grande português tinha outra fórmula para obter as equivalências: bastava ao povo saber ler e contar. Então, quem terá assumido a divina vocação de controlador dos homens através da leitura, já que, na sua passagem por Londres, ainda não dispunha de televisão para nos controlar? Segundo li e reli, foi lorde Northcliffe, nado em 1865 e finado em 1922, o magnata escolhido pelos céus como pioneiro da Imprensa de massas, modernamente baptizada de tablóide. O lordepress  elegia como assuntos-chamariz o amor, a comida, o crime e o dinheiro. Onde é que nós, mais caderno de encargos, menos caderno de encargos, já teremos deparado com este jornalismo?

Malcom X preveniu

Não resisto a mais uma citação anglo-saxónica, desta vez, anti-burguesa:

Se não te acautelas dos meios de comunicação, far-te-ão amar o opressor e odiar o oprimido.

Quem nos terá recomendado tantas dietas e vacinas? Um norte-americano, um activista dos direitos civis, um cidadão que aprendeu a ler e recusou amar, odiar e pensar conforme a Escola de Jornalismo do Lorde. Foi Malcom X, que nasceu num país racista e burguês em 1925 e se fez consciente do domínio dos meios de comunicação e se tornou um combatente de primeira linha da liberdade e da dignidade até ser assassinado em 1965. Hoje, dia 13 de Abril, convidei Malcom para a celebração do centenário de Álvaro Cunhal. Até os mortos vão a nosso lado. José Gomes Ferreira e Fernando Lopes-Graça, por certo, também aqui presentes, os convocam nas Heróicas, cântico dos cânticos da resistência.

Thomas Jefferson pré-acusou

13 de Abril.
Neste dia, em 1743, nasceu Thomas Jefferson, autor da Declaração da Independência dos Estados Unidos. Autor também de uma declaração que ajuda a explicar a crise dos défices e das dívidas e a liquidação das soberanias e dos estados sociais, desencadeada pelo gangsterismo-banqueirismo planetário, sobretudo a partir do  seu pólo norte, o banquistão euro-americano, modelo esclavagista contemporâneo:

Acredito que as instituições bancárias são mais perigosas para as nossas liberdades do que exércitos prontos para o combate. Se o povo americano alguma vez permitir que bancos controlem a sua moeda, os bancos e todas as instituições em torno dos bancos despojarão o povo de toda a posse, primeiro pela inflação, depois pela recessão, até ao dia em que os seus filhos vão acordar sem casa e sem tecto.

O Bloco Central Mediático cita diariamente Obama, o 44º presidente dos USA, mas evita dar a palavra a Jefferson, o terceiro. A censura não poupa declarações com mais de dois séculos. Teme a aliança entre os melhores mortos e os melhores vivos. Nada que não seja da tradição do Santo Ofício.

Almeida Garrett incriminou

13 de Abril.
Neste dia, em 1846, Almeida Garrett inaugurou o Teatro Nacional de D. Maria II, em Lisboa. Em maré de invocações anglo-saxónicas, considerar-me-ia sem brio português e sem honra portuense se não terminasse com uma citação de 1846, que até poderá parecer da autoria de um colaborador do Avante!:

Reduzi tudo a cifras. Comprai, vendei, agiotai. No fim disto tudo o que lucrou a espécie humana? E eu pergunto aos economistas-políticos, aos moralistas, se já calcularam o número de indivíduos que é forçoso condenar à miséria, ao trabalho desproporcionado, à desmoralização, à penúria absoluta, para produzir um rico.

O Bloco Central Mediático tem abertura para citar as impressões curiosas de Garrett. No entanto, corta a narrativa sempre que se põe em causa parasitas e fabricantes de pobres. O Grupo dos 11 está atento. Talvez mais atento do que os consumidores dos seus produtos.

O autor desta interpelação, Almeida Garrett, nasceu antes de Marx e Cunhal, de Malcom X e de Howard Zinn e bastante depois de Thomas Jefferson. Mas os cinco poderiam, com subtis diferenças, subscrevê-la. Também nós poderíamos enviar este extracto das Viagens na Minha Terra aos capitulacionistas que controlam a Assembleia da República, ao Governo, controlado pelos agiotas, ao presidente, controlado pelas cifras, ao Grupo dos 11, vendedor das graças do capitalismo selvagem, como se alguma vez o capitalismo tivesse sido civilizado ou respeitasse valores humanos sem ser encostado à parede das reivindicações e das revoluções. Bastará rever a história e ver a realidade de frente. A Europa do Leste afundou-se com a perestroika. A Europa Ocidental afunda-se com a troika. Nos dois casos, o mesmo agente e a mesma consequência: o processo capitalista em curso. Com a comunicação anti-social a exercer o controlo dos danos.

Almeida Garrett, escritor, poeta, publicista, pedagogo, renovador do teatro, exilado e libertador da pátria, merece que, hoje, na Biblioteca com o seu nome, também o associemos à homenagem a um vulto do séc. XX: Álvaro Cunhal, orgulho dos comunistas, dos antifascistas, dos democratas, defensor dos explorados e oprimidos, património cívico e intelectual da Humanidade.

1.       Conferência Soberania e Independência Nacional, promovida no âmbito das comemorações do centenário de Álvaro Cunhal, Auditório da Biblioteca Almeida Garrett, Porto (13/04/2013).



quinta-feira, 4 de abril de 2013

O Relvas ... foi-se!

O Relvas ... foi-se!
Disse que saía por "vontade própria".
Percebo-o: precisa de tempo para acabar os estudos e aprender a ter maneiras.
                                                               
                                  

Soares Novais


Discurso sobre o filho-da-puta


O pequeno filho da puta
é sempre
um pequeno filho da puta;
mas não há filho da puta,
por pequeno que seja,
que não tenha
a sua própria
grandeza,
diz o pequeno filho da puta.
no entanto, há
filhos-da-puta que nascem
grandes e filhos da puta
que nascem pequenos,
diz o pequeno filho da puta.
de resto,
os filhos da puta
não se medem aos
palmos,diz ainda
o pequeno filho da puta.
o pequeno
filho da puta
tem uma pequena
visão das coisas
e mostra em
tudo quanto faz
e diz
que é mesmo
o pequeno
filho da puta.
no entanto,
o pequeno filho da puta
tem orgulho
em ser
o pequeno filho da puta.
todos os grandes
filhos da puta
são reproduções em
ponto grande
do pequeno
filho da puta,
diz o pequeno filho da puta.
dentro do
pequeno filho da puta
estão em ideia
todos os grandes filhos da puta,
diz o
pequeno filho da puta.
tudo o que é mau
para o pequeno
é mau
para o grande filho da puta,
diz o pequeno filho da puta.
o pequeno filho da puta
foi concebido
pelo pequeno senhor
à sua imagem
e semelhança,
diz o pequeno filho da puta.
é o pequeno filho da puta
que dá ao grande
tudo aquilo de que
ele precisa
para ser o grande filho da puta,
diz o
pequeno filho da puta.
de resto,
o pequeno filho da puta vê
com bons olhos
o engrandecimento
do grande filho da puta:
o pequeno filho da puta
o pequeno senhor
Sujeito Serviçal
Simples Sobejo
ou seja,
o pequeno filho da puta.

II
o grande filho da puta
também em certos casos começa
por ser
um pequeno filho da puta,
e não há filho da puta,
por pequeno que seja,
que não possa
vir a ser
um grande filho da puta,
diz o grande filho da puta.
no entanto,
há filhos da puta
que já nascem grandes
e filhos da puta
que nascem pequenos,
diz o grande filho da puta.
de resto,
os filhos-da-puta
não se medem aos
palmos, diz ainda
o grande filho-da-puta.
o grande filho da puta
tem uma grande
visão das coisas
e mostra em
tudo quanto faz
e diz
que é mesmo
o grande filho da puta.
por isso
o grande filho da puta
tem orgulho em ser
o grande filho da puta.
todos
os pequenos filhos da puta
são reproduções em
ponto pequeno
do grande filho da puta,
diz o grande filho da puta.
dentro do
grande filho da puta
estão em ideia
todos os
pequenos filhos da puta,
diz o
grande filho da puta.
tudo o que é bom
para o grande
não pode
deixar de ser igualmente bom
para os pequenos filhos da puta,
diz
o grande filho da puta.
o grande filho da puta
foi concebido
pelo grande senhor
à sua imagem e
semelhança,
diz o grande filho da puta.
é o grande filho da puta
que dá ao pequeno
tudo aquilo de que ele
precisa para ser
o pequeno filho da puta,
diz o
grande filho da puta.
de resto,
o grande filho da puta
vê com bons olhos
a multiplicação
do pequeno filho da puta:
o grande filho da puta
o grande senhor
Santo e Senha
Símbolo Supremo
ou seja,
o grande filho da puta.







                                                                                                         Alberto Pimenta



    






segunda-feira, 1 de abril de 2013

IRS e "queirosine".

Caro leitor:
- caso tenha submetido hoje a sua declaração de IRS electronicamente e confirmado mais um roubo aos rendimentos do seu agregado familiar não se exlte com a sua mulher e filhos;
- não se indigne com o seu vizinho que recebe o Rendimento Mínimo;
- nem tome nenhum calmante;
- se não conseguir adormecer substitua o Lorenine pelo "queirosine", que é o comentador escalado pela Antena 1 para o Braga-Sporting desta noite.

                                                                                                                                      Soares Novais

terça-feira, 26 de março de 2013

"Olá, engenheiro".

Soares Novais



O António Capela foi um gigante do fotojornalismo desportivo.
E foi um gigante da camaradagem.
Trabalhamos juntos no Record, nos anos 80 do século passado. Isto é: quando as redacções ainda eram catedrais de afectos e lugares de paixão.
Além de exercer a sua actividade de repórter-fotográfico no Record, o António Capela, que era um vibrante adepto do Sporting, colaborava, também, com o jornal do clube de Alvalade. Esse facto, levou-o a privar e a ser considerado pelas figuras do clube e pelos adeptos “leoninos”. Todos o conheciam. E faziam questão de o demonstrar efusivamente.
Foi isso que testemunhei quando, por exemplo, fomos enviados-especiais a Barcelona, onde a equipa leonina, então orientada por Manuel José, tinha encontro aprazado com o já colossal “Barça”. Mal entramos no Aeroporto da Portela o bom do Capela não mais parou de ser saudado.
António Capela correspondia com um sorriso rasgado e ora com um “olá, engenheiro”; ora com um “olá, doutor”. Já quando estávamos sentados nos nossos lugares questionei-o:
- És um gajo do caraças: só conheces “doutores” e “engenheiros”…
António Capela deu uma gargalhada, que ecoou por todo o “boeing”, e respondeu-me assim:
- Olha, uma coisa: não me lembro do nome da maioria dos tipos, por isso trato-os por “doutores” e “engenheiros”. Eles ficam todos inchados e eu safo-me…
Hoje, a esta distância, tenho para mim uma teoria: o bom do Capela já sabia que o país iria ficar polvilhado de “doutores” e “engenheiros”.
Como o Relvas e o Sócrates.
E genial, como era, antecipou-se à moda…

  Crónica publicada no semanário






domingo, 24 de março de 2013

Honrado.



A última vez que estive pessoalmente com o João Honrado foi na Festa.
Há um bom par de anos.
Sabia que estava doente, mas a notícia da sua morte, que soube hoje, soou-me violentamente.
Como se fosse um grito de revolta e de dor soltado por um prisioneiro das cadeias fascistas, que ele conheceu ao longo de quase 13 anos da sua vida.
Uma vida inteira e militante.
"Sabes, só este João podia chamar-se Honrado", disse-me um outro Amigo com quem o José Viale Moutinho e eu partilhámos essa tarde, inesquecível,  na "Atalaia".
Uma tarde recheada de afectos e memórias e que foi o ponto de partida para a obra "Os meus misteriosos pais", que o Zé Viale escreveu, o Acácio de Carvalho ilustrou e eu editei.

Soares Novais

terça-feira, 19 de março de 2013

Um país à Sporting.


Soares Novais







Finalmente,  o monocórdico Gaspar foi obrigado a confessar: o futuro é negro. Sobretudo, para os mais jovens.
“O ajustamento terá de continuar durante décadas, exige o esforço de uma geração”. Disse Gaspar, que é assim como o ventríloquo do treinador Passos.
Gaspar que, perante o falhanço brutal das suas contas, previsões e decisões, insiste em continuar num lugar para o qual não foi talhado. Nem tem talento.
Uma teimosia em tudo igual à do treinador Passos.
Um treinador que, como já todos amargamente percebemos, só se safou a treinar as camadas jovens dos laranjinhas, pois são gente que tudo resolve à volta de um copo de gin nas “docas” de Lisboa.
Portugal é hoje o Sporting da Europa.
E Passos o Godinho do país.
Ambos acentuam o verbo, mas falta-lhes capacidade e sagacidade.
Ambos prometeram mundos e fundos, mas país e Sporting estão no mais fundo dos fundos dos seus campeonatos.
Godinho ainda mudou de treinadores, mas o primeiro tem uma mãozinha presidencial que o protege.
Por isso, é bom que lhe acenemos com lenços brancos e lhe apontemos a porta de saída. Mesmo que o seu protector não queira.
Temos de mudar de treinador e correr com os seus adjuntos. Com o Gaspar e com o Álvaro; com o Macedo e com o Branco; também com o Portas, que apenas é bom de boca e a comprar submarinos.
Temos de correr com eles, pois. E antes que seja tarde.
Caso contrário, desceremos aos lugares mais baixos da divisão europeia.  
E se isso acontecer seremos, então, como afirma o bispo Januário Torgal Ferreira, um “país juncado de cadáveres”.

 

 Crónica publicada no semanário