quarta-feira, 30 de abril de 2014

Primeiro de Maio
CANÇÃO DO COOPERARIADO


Coopera o opErário Esse imenso operaDor Sem ele não temos ópera nem opeRações sem dor Opera todas as máquinas É muito cooperativo Opera computaDores Supõe-se um executivo Funda cooperativas Busca coopeRação Coopera em cantigas Paga as letras da canção Pertence ao operariado muitas vezes sem saber Porque tanta coopeRação não dá bem para entender Pertence ao operariado muitas vezes sem querer Porque tanta coopeRação só dá para empobrecer Já foi herói proletário Termo meio bolCHEvique O tratamento moderno é telecomando-chip Diz-se profissional Técnico e funcionário Também recurso huMano Unidade de trabalho Mas afinal (ele) é um grande operacional Ele opera e coopera Sem ele ponto final Fica assente Meus Senhores O que é um operário Sem gravata e com gravata Morre a viver do salário Peça da engrenagem Produto da produção Faz o carro e faz a estrada Faz a mesa e faz a cama Coopera até na morte fabricando o seu caixão

Uns chamam-lhe ParafUso Outros GloBalização


Poema de César PríncipeCorreio Vermelho, 2008, Seara de Vento.


quinta-feira, 24 de abril de 2014

Quarenta anos depois do 25 de Abril, a minha memória está recheada de mortos. De mortos, cujos exemplos de vida continuam vivos para mim.
Oiço, amiúde, a voz cristalina e limpa  do Adriano (Correia de Oliveira) sempre que atiro o meu olhar para a margem esquerda do "Douro" e ele poisa em Avintes - a sua terra-mãe;
Cruzo-me com a alegria e a combatividade de Virgínia Moura, sempre que passeio pela "baixa" do Porto e relembro as vezes que subi as escadas íngremes do prédio da Rua de 31 de Janeiro que me levavam ao encontro de Armando e Raúl Castro - figuras singulares da Resistência ao Fascismo.
Por vezes, vou a Francelos para revêr Beatriz e Mário Cal Brandão e, assim, voltar a ouvir as palavras generosas de duas das melhores pessoas com quem tive o privilégio de privar.
(e recordo-me do meu tio Fernando António, sempre que passo pelo edifício do Banco de Portugal - casa a que voltou, após o 25 de Abril, para ser um director sempre ao lado dos trabalhadores; e vejo-me às cavalitas de meu pai - Florêncio D'Aguiar Novais -  a saudar Humberto Delgado quando o Martim, meu filho, participa nas feirinhas da "Carlos Alberto").
Agradeço a todos eles a sua generosidade e invoco-os aqui como exemplos de pessoas que, cada uma à sua maneira, contribuíram para o dia "inteiro e limpo" que hoje celebramos e a quem sempre regresso quando preciso de ganhar forças para as batalhas que se avizinham.
Sobretudo, agora que a mátria está entregue  a esta gente pequenina que nos quer roubar o futuro.

Soares Novais










quarta-feira, 23 de abril de 2014

  • De Pessoa, há uma fotografia, do ano da sua morte, que me vem perseguindo. Matar-se já não é um gesto irrepetível, individual (dirigido contra si próprio). O suicídio começa a ser colectivo, nosso contemporâneo.


  • Os pobre-diabos deste mundo (e os donos deles sentam-se ao lado uns dos outros, à nossa vista) só têm uma solução: organizar-se inteligentemente. Ou morrem. Agradeço ao escritor norte-americano Jack London (aventureiro e suicida) o cão de trenó que me deu. É infalível. Quando há uma fenda (neste mundo gelado) estaca, eu aproximo-me dele para ver o que há, e ficamos os dois ali a pensar na rota e na puta da vida. A vida está com os cornos desembolados; enquanto grandes toureiros a enfrentam, na arena, eu, na fasquia, observo como ela marra. Quero aprender, com eles, a voltear bem a capa, ou a colhida é certa.

Reencontro-me com Sebastião Alba (1940-2000). Poeta, Pensador, Libertário, que morreu atropelado por uma motorizada em Braga - cidade onde foi vagabundo e desafiou as leis estabelecidas. “ Se encontrarem morto “ o teu irmão” Dinis, o espólio é fácil de verificar: dois sapatos, a roupa sobre o corpo e alguns papéis que a polícia não entenderá. “ 

segunda-feira, 21 de abril de 2014

Da Luz ao Marquês, do Minho ao Algarve, na Madeira e nos Açores, um pouco por todo o Mundo, a minha gente fez a festa sonhada.
A festa que a equipa justificadamente mereceu. 
Honrou-se Mário Coluna e Eusébio.
Aplaudiu-se o treinador e os jogadores e o grande capitão Luisão entregou a taça a Luís Filipe Vieira - arquitecto maior do regresso do Benfica ao futuro.
A festa foi bonita, pá.
Sobretudo, porque ninguém reclamou a morte dos vencidos.

Soares Novais



domingo, 20 de abril de 2014

Os empregados do "Pingo Doce" trabalharam até às 14 horas hoje, pois assim decidiu Alexandre Soares dos Santos - o beato e patriota que transferiu a sede da empresa para Holanda; e, assim, fintou os impostos decretados pelo seus amigalhaços Coelho e Portas.
Não sei se os trabalhadores do "Continente" celebraram o Domingo de Páscoa, mas sei que as lojas do alemão LIDL estiveram encerradas. E assim sendo fica claro que, uma vez mais, o engº Belmiro faz batota ao dizer que os alemães trabalham mais que os portugueses.
Trabalhadores portugueses a quem deve a sua condição de merceeiro rico.

Soares Novais




domingo, 13 de abril de 2014

O dr. Barroso disse que a escola fascista tinha "uma cultura de mérito, exigência, rigor, disciplina e trabalho".
E  afirmou-o com o despudor que se lhe conhece nas barbas do actual director da Escola Camões, que lhe relembrou as elevadas taxas de analfabetismo ditadas pelas ditadura.
Além do mais, o dr. Barroso é um caso singular da falta de "uma cultura de mérito, exigência, rigor, disciplina e trabalho".
O que o dr. Barroso aprendeu na escola salazarenta, isso sim, foi a ser um verme reverente para com os poderosos, que a sua febril e fugaz militância maoista apenas realçou.
Uma reverência que fez dele um criado às ordens de Bush, que o premiou com o papel de palhaço rico no grande circo europeu.
Agora, que está com os bolsos cheios, o dr. Barroso quer regressar à pátria.
Cavaco,  também ele fruto de "uma cultura de mérito, exigência, rigor, disciplina e trabalho", já lhe deu a sua benção e Passos e Portas erguem as mãos à virgem.
Resultado: ao professor da TV só lhe resta continuar a fazer a sua missa dominical.
Na capela de Queluz ou em qualquer outra.

Soares Novais




quinta-feira, 10 de abril de 2014

A drª Assunção não quer que os Militares de Abril falem na Assembleia da República.
E eles, os Militares de Abril, recusam  fazer corpo presente.
A drª Assunção não gosta dos Militares de Abril.
Tal qual o dr. Cavaco não gostava de Salgueiro Maia. (como ficou claro quando recusou a pensão de viuvez a sua mulher e  atribuiu reformas a ex-pides.)
A drª Assunção, o dr. Cavaco, o dr. Passos e o dr. Portas não gostam dos Militares de Abril.
Esta gente nunca gostou do 25 de Abril.
Esta gente só gosta daqueles que patrocinam as suas vidinhas...


Soares Novais


quarta-feira, 9 de abril de 2014

Pelintras


Com a venda de um milhão de camisolas de Cristiano Ronaldo o Real Madrid facturou 85 MILHÕES de euros.
O Barcelona vai gastar 600 MILHÕES de euros para renovar o Camp Nou.
Por cá, o governo insiste em vender 85 obras de Miró para arrecadar 46 milhões.
Somos uns pelintras.
Definitivamente.


Soares Novais