domingo, 22 de julho de 2012

O silêncio dos serviçais.

Hernâni Cidade Soares Novais


Leio os jornais de hoje e constato: apenas o "Público" assinala a morte de Helena Cidade Moura, cidadã militante e pedagoga notável, na sua capa.
Mesmo que o faça numa pequena "janela" de fundo de página.
Tal silêncio assassino, o silêncio dos serviçais,  não me espanta, mas dele aqui faço público registo.
A imprensa que hoje se faz em Portugal é o que é: um amontoado de lixo tóxico.
- Quer encha páginas inteiras com ditos de gente que nada diz.
- Anuncie que uma tal Luciana ainda usa a aliança do seu casamento com um tal Djaló;
- Que a mãe Dolores do Ronaldo  passou a noite a dançar na companhia de Tony Carreira e esposa;
- Ou que a esposa de um determinado jogador da bola deixou de "usar longos cabelos pretos e passou a integrar o clube das loiras com madeixas californianas."
Tal lixo tóxico, que está longe de ser inocente e produzido por meros patetas!, sublima o acessório e tenta apagar, esconder e minimizar, aquilo que é realmente importante.
- Tal qual foi a vida e obra de Helena Cidade Moura.
Uma vida e obra, que como me relembrou o meu querido Amigo César Príncipe, estava no seu ADN.
ADN transmitido por seu Pai, Professor Hernâni Cidade, que aprendeu com seu Pai, carpinteiro de carros,  "a exactidão do trabalho, o valor do esforço, o sagrado cumprimento das tarefas."

 


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