terça-feira, 1 de janeiro de 2013

2013 passos atrás.



Soares Novais




1 – Primeiro, chamou-nos piegas.
Agora, que o número de desempregados e de empresas falidas atingem números assustadores e as receitas fiscais caem para números históricos, o senhor primeiro-ministro clama contra a guerra e quer que sejamos um exército.
O problema é que um exército precisa de um general.
De um general capaz e exemplar.
Precisa de um estratega.
E este amanuense, que alguns escolheram há pouco mais de um ano e meio, já mostrou que é impreparado e só tem uma estratégia: empobrecer quem vive do seu trabalho.

2 – Confesso: preferi sintonizar a TV Galiza a ouvir a mensagem natalícia do primeiro-ministro que clama pelo exército.
Mas pelo que já ouvi e li não anda muito longe “disto”:  "Não é de patriota nem de político abandonar o futuro às contingências da sorte, não criar para uma obra condições de duração e de estabilidade. Por definição só fica feito o que perdura."  (Salazar, 1943).

3 – Como se percebe ninguém deu cavaco ao apelo feito pelo primeiro-ministro para colocar o exército ao serviço dos seus intentos, que são dar 2013 passos atrás e fazer regressar os direitos de quem trabalha ao tempo da servidão.
Resultado: o Pedro, acompanhado da Laura, escreveu no Facebook que este “não foi o Natal que merecíamos”.
E relembrou, mesmo, a época em que os portugueses tinham de “esticar a comida para chegar para toda a família”. Além do mais, o Pedro, apesar de ainda não ter entrado na casa dos cinquenta, usa a mesma cassete dos nossos avós. Mas esses, coitados, viveram antes do 25 de Abril. Ou seja: no tempo da Outra Senhora…

4 – Soube-se agora: há uma elite constituída por 30 gestores que ganha mais de UM MILHÃO de euros por ano. Previdentemente, os seus nomes e os das empresas não são tornados públicos. Acontece em Portugal, o tal país que está a empobrecer por justo desígnio da tropa-fandanga liderada pelo trio Passos, Gaspar & Portas.

5 – Um sucateiro foi ao balcão de um banco em Celeirós (Braga) e o seu dinheiro foi-lhe entregue na …rua.
O argumento invocado pelo gerente do balcão para não lhe pagar o cheque de 168 euros dentro das instalações foi este: o sucateiro apresentou-se “mal vestido” e pareceu-lhe ser “romeno”.
Paulo Ribeiro chamou a GNR e apresentou queixa.
Fez muito bem.
Como muito bem fez em não aceitar a conversinha  privada que os do banco queriam, após a bronca.
Fica aqui o aviso aos sucateiros de todo o país: sempre que forem ao banco, vistam o fato de domingo, usem gravata e façam-se acompanhar de uma caixa de robalos.
Eles, os dos bancos, gostam.




Crónica publicada no dia 2 de Janeiro no




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