terça-feira, 12 de março de 2013

Miseráveis.

Soares Novais


António Borges, António Nogueira Leite, Eduardo Catroga, Fernando Ulrich, João César das Neves, João Duque, João Salgueiro, José Luis Arnaut, José Silva Lopes, Marco António Costa, Miguel Relvas, Pedro Mota Soares, Pedro Passos Coelho, Vítor Gaspar.

Estes são alguns dos figurões que, volta e meia, dizem ser inevitável cortar nas pensões e nas reformas; cortar nos salários dos funcionários públicos; e tornar ainda mais baixo o já de si vilmente baixo salário mínimo nacional.
Eles são moralmente miseráveis, pois auferem ordenados chorudos, vivem rodeados de mordomias e falam de barriga cheia, num país que tem 2 milhões de pobres; eles são aqueles que pela manha ou pela força, roubam e despojam os povos”* e obrigam os seus concidadãos a pagar as vigarices milionárias dos seus amigos e correligionários Dias Loureiro e Oliveira e Costa, apenas para aqui citar dois portugueses exemplares.

Os vencimentos pagos em Portugal são dos mais baixos da Europa e estão longe de ser responsáveis pela alegada falta de competitividade da nossa Economia e das nossas empresas.
As empresas sufocam, isso sim, por via dos altíssimos custos de contexto. Ou seja: por via dos elevados custos da energia eléctrica, combustíveis e portagens; e por um sem número de impostos que as colocam a trabalhar para um governo que só tem olhos e bons modos para os seus amigos da “banca”.



*"Não são ladrões apenas os que cortam as bolsas.
Os ladrões que mais merecem este título são aqueles a quem os reis encomendam os exércitos e as legiões, ou o governo das províncias, ou a administração das cidades, os quais, pela manha ou pela força, roubam e despojam os povos.
Os outros ladrões roubam um homem, estes roubam cidades e reinos; os outros furtam correndo risco, estes furtam sem temor nem perigo.
Os outros, se furtam, são enforcados; mas estes furtam e enforcam."



Excerto  do   “Sermão do Bom Ladrão” do  Padre António Vieira (1608-1697).
Escritor e pregador notável, o Padre António Vieira  escreveu o  “Sermão do Bom Ladrão” em 1655. Como se vê  continua   profundamente actual.

                             

Crónica publicada no semanário

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