Soares Novais
O sôtor Relvas, que agora figura no Portal do Governo sem qualquer referência ao seu creditado curso, não participou em mais uma edição da “Universidade de Verão” do seu partido.
Uma ausência que só espantará aqueles que desconhecem o facto de Relvas ser pouco dado a frequentar os “bancos da escola”.
Ele, o sôtor Relvas, é um homem de acção - assim a modos como que um verdadeiro Rambo. Um Rambo do telemóvel!
Provam-no os 30 mil euros pagos pela Câmara de Tomar, que lhe cedeu o aparelho quando exerceu as funções de presidente da Assembleia Municipal; bem como o sábio linguarejar que sempre exibe quando tem de falar em público.
Contudo, mesmo que nunca o venha a confessar publicamente, o sôtor Relvas deve lamentar, agora, a sua ausência na “universidade” daquele que é um dos mais generosos e melhores empregadores nacionais.
E explico porquê: a magistrada Cândida Almeida, que dirige o Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP), deu uma “aula” onde, após um discurso desequilibrado ou desarticulado das ideias, concluiu ser injusto considerar “a classe política corrupta”.
Uma afronta só possível a quem aceita participar numa iniciativa de um dos partidos governamentais e se marimba para o respeito que deve às mulheres e homens que trabalham no DCIAP.
Ou simplesmente uma desonestidade intelectual e moral de quem está a fazer caminho para ocupar a cadeira que o seu amigo Pinto Monteiro deixará vaga em breve.
Uma coisa é certa: o sôtor Relvas, Dias Loureiro e Duarte Lima, o engenheiro Sócrates e o antigo delegado do Ministério Público Isaltino Morais, só para citar alguns, terão em linha de conta tão importante alento da amiga Cândida.
Em tempo: A RTP já tem um novo presidente. É Alberto da Ponte. Ou seja: aquele que disse ser "Passos Coelho o melhor primeiro-ministro desde Sá Carneiro". Ponte também integrou a embaixada que foi a Angola mendigar apoio sob a batuta do sôtor Relvas. É, pois, um homem de absoluta confiança da dupla Passos/Relvas. O que dá para perceber qual é a missão para que foi escolhido: liderar a Comissão Liquidatária que, mais tarde ou mais cedo, entregará um bem de todos nós a mais um amigo privado.
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