Tive o privilégio de conhecer e privar com Marques Júnior - o Capitão de Abril, que hoje nos deixa e a quem aqui deixo este meu cravo vermelho.
A última vez que estive com ele pessoalmente foi nas comemorações dos 30 anos do 25 de Abril que tiveram como palco a livraria Arca das Letras, que eu então dirigia.
Durante esse mês de Abril de 2004 a Arca das Letras tornou-se palco de boas conversas à volta de "Abril e Maio". Por ali passaram Beatriz Cal Brandão, símbolo maior da resistência ao fascismo: Miguel Veiga, advogado e personalidade cultíssima do Porto; César Príncipe, escritor e jornalista que falou sobre a Censura; e Marques Júnior, um dos heróis do MFA, que nos deixou as suas impressões sobre a Guerra Colonial e o "25 de Abril".
A conversa com Marques Júnior prolongou-se por várias horas. Primeiro, durante a sessão; depois, à volta da mesa o que o obrigou a partir rumo a Chaves, onde pernoitaria, já a noite ía alta.
Marques Júnior era um militar com biblioteca e por o ser não era um arrivista, um parvenu, como tão bem nos elucida Alexandre O'Neill em "Uma Coisa em Forma de Assim".
Marques Júnior era um militar com biblioteca e por o ser não era um arrivista, um parvenu, como tão bem nos elucida Alexandre O'Neill em "Uma Coisa em Forma de Assim".
Nem sempre estivemos de acordo.
Mas uma coisa é certa: o seu número de telemóvel vai continuar a vigorar na minha lista.
É assim que faço com os amigos.
Com os meus amigos que teimam em deixar-me cada vez mais só.
Com os meus amigos que teimam em deixar-me cada vez mais só.
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