A raça de Cavaco

Como cidadão lamento que Cavaco seja aquilo a que chamam o mais alto magistrado da Nação.
Para fazer tristes figuras já nos devia ter bastado Américo Tomaz -  o fantoche escolhida por Salazar para fazer de presidente.
Aliás, entre Tomaz e Cavaco há apenas pequenas diferenças: um era baixo e careca;  o outro é alto, tem cabelo e que se saiba nunca envergou farda branca de marinheiro.
O almirante era um  fascistoide às ordens do Salazar de Santa Comba Dão, que por sua vez cumpria com religioso rigor as directrizes emanadas das capelinhas lideradas pelos Espírito Santo & arcanjos.
O professor Cavaco, embora nunca se tenha assumido como tal, digo-o assim, foi à PIDE declarar que estava "perfeitamente integrado" no regime a que a Revolução de Abril pôs termo.
Entre Tomaz e Cavaco há, pois, vários factores de convergência.
Desde logo o cordão umbilical da ignorância que os une quando se trata de falar e escrever em ... português!
Um cordão umbilical que também os une noutras particularidades. Como estas, que a título de exemplo, aqui relembro:
- Tal como Cavaco, também Tomaz recusaria uma pensão de sobrevivência à viuva de Salgueiro Maia e premiaria com pensão vitalícia os ex-pides;
- Tal como Tomaz,  também  Cavaco chama ao 10 de Junho o... Dia da Raça;
- Tal como Tomaz e Salazar foram crueis com o General Delgado, também Cavaco o foi com os seus adversários na hora de festejar a sua reeleição;
- Tal como Tomaz, também Cavaco prefere as companhias dos solitários vencedores   (Dias Loureiro, Duarte Lima, Oliveira e Costa) aos solidários vencidos;
Assim, esperar do professor de Boliqueime algo que o dignifique, e nos dignifique como Povo!, é como desejar que Passos e Relvas, Álvaro e Gaspar,  num assomo de dignidade,  deixem de ser servos dos especuladores que todos os dias contribuem para o aumento do exército de famintos deste país em acelerado regresso ao século dezanove.

Soares Novais