segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

15096 sem trabalho.

Soares Novais



1 - Tal qual acontece em todo o país, também no Alto Minho o número de desempregados não pára de aumentar. Em Outubro, o Centro de Emprego de Viana do Castelo tinha 15096 inscritos. Um número que anuncia uma “catástrofe social” como assinala Branco Viana, coordenador da União de Sindicatos.
Mas, também como acontece em todo o país, tal número pode pecar por defeito, pois há quem já tenha perdido o direito ao Fundo de
Desemprego ou simplesmente tenha desistido de se inscrever. Ou seja: podemos estar a falar de um número bem próximo dos 17 mil desempregados.
Analisando os últimos dados do Instituto de Emprego e Formação
Profissional (IEFP) verifica-se que, dos dez municípios que constituem o distrito, Viana do Castelo lidera com 5569, logo seguido de Ponte de Lima com 2407 e Arcos de Valdevez com 1074.
Entre Outubro de 2011 e Outubro de 2012, Viana regista mais 865
desempregados, enquanto as vizinhas Ponte de Lima e Arcos mais 440 e 207.
Uma tendência de subida que se espalha como praga a todo
o distrito e a que Melgaço não fica imune. Melgaço que, embora seja o Concelho com menor número (257), viu aumentar em 89 os
habitantes de braços caídos. Mais 50%.

2 – Teixeira dos Santos, o professor de Economia que antecedeu o
professor Vítor Gaspar na pasta das Finanças, que já lhe mereceu
rasgados elogios, confessou temer que “o desemprego se torne
estrutural” e “subsista mesmo havendo retoma da actividade económica”.
Ou seja, o antigo ministro das Finanças vem agora admitir aquilo para que  há muito outros alertaram: muitas das vítimas da crise correm o risco de jamais ter uma ocupação remunerada.
O ex-ministro de Sócrates, que tem como hobbie ser jardineiro de fim de semana no refúgio de Vila Nova de Cerveira, saberá do que fala.
A desgraça que hoje atinge o país e os portugueses também contou com a sua preciosa mãozinha.  Sobretudo - recorde-se - quando nacionalizou os prejuízos do BPN,   asseverando-se que tal operação de resgate teria custo zero para os portugueses. 
Viu-se. Cinco mil milhões de euros saltaram dos bolsos dos portugueses para tapar o colossal buraco do banco administrado por ex-ministros e  dilectos do doutor Cavaco.



Crónica publicada no dia 4 de Dezembro no semanário

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