Soares Novais
No mesmo dia em que a Procuradoria Geral da República portuguesa comunicou à comissão de inquérito sobre o BPN que estão a correr processos crime contra Dias Loureiro, Duarte Lima e Arlindo de Carvalho, soube-se que aqui ao lado, na vizinha Espanha, o presidente do Conselho Geral do Poder Judicial e do Supremo Tribunal de Justiça, Carlos Dívar, renunciou a ambos os cargos.
A renúncia de Divar surge na sequência de um escândalo relacionado com a realização de uma série de viagens não justificadas com dinheiro público. Em causa estão 32 longos fins de semana (de quatro e cinco dias) que Dívar passava em vários destinos de toda a Espanha (nomeadamente em Marbella) e menos de 30 mil euros gastos. Uma ninharia se compararmos com os milhões que caíram nos bolsos daqueles barões do PSD/PPD.
Aqui, na aldeia da coelha, em que alguns espertalhaços transformaram a mátria de Camões e Pessoa, ninguém de se demite ou é demitido. Mesmo que o roubo seja evidente e a opinião pública pressione.
Dias Loureiro, ex-conselheiro de Estado e amigo do peito do prof. Cavaco, é disso claro exemplo.
O amigo seríssimo não o afastou do Conselho do Estado; e ele, o beirão de famílias humildes que subiu na vida, só o abandonou quando decidiu emigrar para Cabo Verde e implorar ao deus tempo que se encarregue de o afastar das bocas do mundo...
De resto é o que se sabe: ninguém se demite; e ninguém é demitido.
Quer se trate de um barão de milhões ou de um mero pilha-galinhas local.
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