quinta-feira, 7 de junho de 2012
Roubá-lo à mesa.
Soares Novais
Hoje, contrariando as indicações do administrador-delegado da troika, fiz um manguito ao empobrecimento e fui almoçar a Matosinhos.
Almocei com gente amiga e numa pequeníssima tasca.
Uma tasca onde o único luxo é a qualidade do peixe que nos servem. Comi sardinhas, pequeninas e longe de pingar no pão, pois disse a Fatinha "elas este ano andam muito secas".
Avisado da secura das raparigas, um dos comensais torceu o nariz às ditas e a Fatinha sugeriu "um robalo", que ele também recusou. Assim:
- Ó Fatinha agora já não há robalo só há roubá-lo...
O meu amigo optou por um carapau exemplarmente grelhado. Logo a seguir chegaram a salada mista e a salada de pimento, as batatas a murro e um "branco" do Alentejo.
Findo o repasto pediu-se a conta.
E ela, a conta, foi feita logo ali, num pequeníssimo pedaço de papel.
Um pedaço de papel tão pequeno, tão pequeno, que o ladrão jamais o verá...
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