segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Cães de guarda do PU.


Soares Novais


1 - Basta ver a generalidade dos canais televisivos, ouvir as rádios e observar as capas dos jornais para se concluir que os chamados Órgãos de Comunicação Social (OCS) instalaram-se no quarto do Poder e estão ao serviço do Pensamento Único (PU).
Um PU que não é abalado por algumas vozes e escritos, que os suportes em que se inserem procurarão apresentar como exemplos de Liberdade de Imprensa; mesmo que os “Contras” sejam sempre em menor número do que os “Prós”.
A Imprensa, nomeadamente a escrita, abandonou o jornalismo de proximidade, apenas se encontrando alguma excepção em jornais regionais, de que o “Alto Minho” é concreto exemplo.
De resto, a Imprensa está enxameada de fazedores de opinião de sentido único, de títulos especulativos, e notícias de “faca e alguidar”. Como esta: “Vanessa passado bissexual” (TV Guia).
Ou seja: a Imprensa dominante manipula inocências e consciências!  Vende-nos a imagem de “vamps” e  de “vips”, das suas festas e carros. Valoriza o acessório e esconde-nos aquilo que é verdadeiramente importante, pois.
2 – César Príncipe (Gerês/Braga), escritor, jornalista, especializado em Jornalismo Político/Ciências da Comunicação/UP (Pós-Graduação) é um dos autores que mais tem reflectido sobre o Estado da  Nação    jornalística.   É o que volta a fazer,  agora, com   “Curso de Chiens de Garde”, edição da Associação dos Jornalistas e Homens de Letras do Porto.
Ao longo das 143 páginas do Curso, o antigo redactor principal do JN, que durante anos a fio provocou sobressaltos cívicos e culturais  com a sua “Fronteira” e o seu  “Bom Dia”, denuncia os “actores da censura no palco democrático”, diz qual o “preço do controlo social”, assevera que “a Liberdade tem dono”.
Eis um dos avisos de César Príncipe neste “Curso de Chiens de Garde”:   “A Censura do Novo Estado lê o presente/reescreve o passado/prescreve o futuro, intervém numa dinâmica de proteccionismo estatal/falsa concorrência/reproduzindo enlaces/modelos mercadológicos/instruindo chiens de garde/fidelizando públicos: uma Verdadeira Canicultura/Quadratura do Círculo.Independentemente dos Livros de Estilo dos Negócios, as empresas socorrem-se da Hierarquia Censória/Agenda do Corte e da Morte Cívica da Mensagem. Se fosse possível editar as deturpações/mutilações do Novo Jornalismo de Encomenda & Campanha, fundar-se-ia um Banco de Não-Notícias/um verdadeiro Banco de Portugal/Novo Portugal Amordaçado.”
Este novo livro de César Príncipe, cuja leitura o cronista aqui recomenda, será apresentado, no próximo dia 12, pelas 19 horas, por Manuel Pinto, docente da Universidade do Minho, na Associação dos Jornalistas e Homens de Letras do Porto, Rua Rodrigues Sampaio, 140. Instituição presidida pelo escritor e jornalista Francisco Duarte Mangas, também ele minhoto. Minhoto de Vieira do Minho.

Nota final:  Foi o poema "Firmeza" de João José Cochofel, que Ana Maria Pinto, soprano, mestranda em Berlim como bolseira da Fundação Calouste Gulbenkian, interpretou, por sua livre vontade, na cerimónia privada do 5 de Outubro. “Firmeza” é um belíssimo poema de combate, que Fernando Lopes-Graça musicou com o seu talento de mestre comprometido com a Liberdade. Tendo fundadas dúvidas de que o prof. Cavaco, bem como alguns dos "ilustres" presentes, saiba quem é João José Cochofel aqui deixo dito que o Poeta nascido em Coimbra, onde se licenciou em Ciências Histórico-Filosóficas,  integrou o movimento neo-realista e foi um dos organizadores do Novo Cancioneiro. Alves Redol, Manuel da Fonseca e Sidónio Muralha  foram alguns dos seus bons companheiros literários




Crónica publicada  no semanário
no dia 9 de Outubro

 






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